Os principais candidatos a senador pelo Paraná já registraram seus votos no primeiro turno das eleições 2018 na manhã deste domingo (07 de outubro). A corrida por uma vaga no Senado, inclusive, deve ser das mais emocionantes no Paraná. 

Com duas vagas em disputa, Roberto Requião (MDB) desponta como o favorito para ficar com a primeira cadeira, com 26% dos votos válidos, segundo pesquisa Ibope divulgada ontem. Já a corrida pela segunda vaga tem o Professor Oriovisto Guimarães (Podemos) na dianteira, com 16%, mas empatado tecnicamente com Beto Richa (PSDB), Flavio Arns (Rede) e Alex Canziani (PTB). Enquanto os dois primeiros têm 14% dos votos válidos, o petebista aparece com 13%, segundo a pesquisa eleitoral.

O primeiro a votar na manhã de hoje foi o senador Requião. Por volta das 8h30 ele chegou ao Colégio Estadual Júlia Wanderley, no bairro Batel, acompanhado pela esposa Maristela e os filhos, Roberta e Requião Filho – este candidato a deputado estadual.

Na sequência, por volta das 9 horas, foi vez de Oriovisto Guimarães registrar seu voto numa seção do Colégio Marista Paranaense, no bairro Seminário, enquanto Flavio Arns votou por volta das 10 horas na Escola Estadual Guaíra, no Rebouças, e Beto Richa votou por volta das 10h30 no Colégio Estadual Amâncio Moro, no Jardim Social.

Em conversa com a imprensa, todos os candidatos buscaram manter um discurso de otimismo, dizendo acreditar na vitória. Beto Richa, por sua vez, aumentou o tom contra o Ministério Público do Paraná (MP-PR), acusando o órgão judiciário de tentar destruir sua candidatura com a Operação Rádio Patrulha, que resultou na sua prisão, de sua esposa Fernanda e do irmão Pepe.

Roberto Requião

Eduardo Matysiak

Questionado sobre sua expectativa com relação ao pleito, o candidato à reeleição pelo MDB disse acreditar em uma vitória segura. Por outro lado, demonstrou preocupação com a eleição para governador. "Expectativa da minha eleição ao Senado é segura. Minha preocupação é com a eleição ao governo mais corrupto da eleição do Paraná, que tenta fazer sucessores", criticou o emedebista, em referência à Cida Borghetti (PP), que foi vice de Beto Richa, e Ratinho Jr. (PSD), que foi secretário do ex-governador.

Sobre as eleições presidenciais, Requião comentou ter votado em Ciro Gomes "na expectativa de uma aliança democrática para o 2º turno". Questionado sobre a polarização da disputa política, disse que "não há extremo nenhum. O que existe é uma visão democrática, é o processo civilizatório brasileiro sendo contestado por interesse muito claro do capital financeiro internacional e dos bancos. A polarização é objeto de uma manipulação de opinião. Por exemplo, a sua emissora (dirigindo-se à jornalista que o entrevistava), a Globo, favoreceu o Bolsonaro até aqui. Aparentemente está arrependida do que fez. Mas provocou uma situação muito difícil para o país."

Professor Oriovisto

Valquir Aureliano

Segundo colocado nas pesquisas de intenções de voto, o professor Oriovisto Guimarães afirmou ter esperança em conseguir uma boa votação e declarou que "provavelmente seremos eleitos". COntudo, fez questão de ressaltar que o que o povo decidir, está vem decidido. "O povo vota, o povo escolhe, e a vontade do povo será soberana, obviamente. Nesses 30 dias de televisão foi surpreendente como tive boa aceitação pelas propostas que fiz. A derrota ou a vitória será em função dessas propostas", declarou.

Questionado sobre quais serão suas bandeiras caso eleito, ele apontou quais serão suas duas principais linhas de atuação. "Bandeira número 1: combate à corrupção, com leis mais duras. E a segunda são as reformas que o Brasiul tanto precisa: da Previdência, Tributária, fim de privilégios para os políticos, reforma política e reforma patrimonial e todas as outras tarefas inerentes à função".

O candidato deve passar o domingo em casa e, dependendo de como for o andamento da apuração, irá ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) para "comemorar com a turma".

Flavio Arns

Franklin de Freitas

"Estamos muito otimistas, pessoal todo trabalhando bonito pelo Paraná, com muito entusiasmo, alegria e vontade de fazer uma boa política", declarou o candidato da REDE, afirmando ainda que embora esteja tudo embolado na disputa pela segunda vaga ao Senado, ele e seus correligioários mantém "muita esperança e muito otimismo".

"Fui para cerca de 330 municípios e mandei mensagens para todos os municípios em que eventualmente não pude chegar. Mas quero estar junto com os municípios, com os prefeitos, com as entidades, para trabalharmos por um Paraná bom, justo, desenvolvido", disse.

Beto Richa

Geraldo Bubniak

A conversa mais longa com a imprensa foi com o ex-governador Beto Richa. Antes líder isolado na disputa pela segunda vaga ao Senado, ele despencou nas pesquisas nas últimas semanas, após escândalos de corrupção envolvendo seu governo serem revelados pelo Gaeco e pela Operação Lava Jato. Apesar disso, o tucano disse estar "muito animado" com o pleito.

"Mantive muitos contatos ao longo dessa semana e pude perceber na resposta que tive de lideranças municipais, como prefeitos, vereadores, que o clima de aceitação ao nosso nome vinha crescendo e todos muito entusiasmados", disse Beto, que em seguida aumentou o tom contra os investigadores do Gaeco.

"Hoje está tudo embolado devido à barbárie de que fui vítima. Por isso está embolado, senão não estaria. Lamentavelmente, fui vítima de uma grande injustiça, talvez das maiores injustiças já cometidas num período eleitoral da historia do Paraná", declarou o candidato, afirmando ainda que a Operação Rádio Patrulha foi uma "cartada eleitoreira" do MP-PR. "Queriam exterminar, destruir minha candidatura. Isso é muito claro. Foi cerceado meu direito de defesa. Que tempos são esses? Uma loucura. É até impressionante a ousadia deles, nem disfarçam a tentativa de interferir no processo eleitoral, mostrando inclusive um desprezo pela nossa democracia."

Além das críticas aos investigadores, o ex-governador também deu uma "cutucada" na candidata ao Governo do Estado por sua chapa, Cida Borghetti. Questionado se a baixa adesão à candidatura da esposa de Ricardo Barros teria relação com a avaliação sobre o seu governo, ele se limitou a comentar: "Cada um sabe o trabalho que fez, né". Pouco antes, havia destacado sua gestão como um exemplo positivo aos Brasil. "O Paraná tem a melhor situação fiscal do país."