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O consumo interno de café no Brasil chegou a 21 milhões de sacas, no período de novembro de 2017 a outubro de 2018, representando um crescimento de 4,80%, com relação ao período anterior, de novembro de 2016 a outubro de 2017, conforme levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC. Esses números elevam o consumo per capita para 6,02 kg/ano de café cru e 4,82 kg /ano de café torrado e moído, o que mantém o Brasil como o segundo maior consumidor de café do mundo.

A procura por café segue em plena expansão, acompanhando uma tendência que se observa globalmente. Entre as empresas associadas da ABIC, o crescimento sobre o período anterior foi de 7,03%, demonstrando que os brasileiros estão consumindo mais café. Este aumento foi particularmente importante porque o ano foi caracterizado por uma redução da oferta do grão, motivada pela seca severa que atingiu a região produtora de café conilon em 2016 e 2017, trazendo como consequência uma volatilidade nos preços finais. E mesmo assim o brasileiro não reduziu a compra.

ABIC altera metodologia da pesquisa

Ao longo dos anos, a ABIC também contabilizava em seu levantamento a estimativa do consumo do grão utilizado pelas empresas não associadas e por outros canais de consumo “não cadastrados”, como fazendas, cafeterias e informais. Nesta nova metodologia, a ABIC desconsiderou o volume antes atribuído às não cadastradas, o que representou uma redução de 1,953 milhão de sacas, no volume total apresentado anteriormente.

Com relação às empresas não associadas, este número é importante porque a ABIC registra em seu banco de dados a existência atual de 1393 empresas de café no País, cujos produtos foram coletados no mercado para o rastreamento e monitoramento da pureza e da qualidade, por meio das análises laboratoriais.

Desse total, 405 são empresas associadas, que respondem por 73,5% do consumo interno de café torrado e moído (14,64 milhões de sacas), enquanto 988 empresas são as “não associadas”, cuja produção é menor e seu volume é estimado com base em informações do mercado ou por comparação com empresas do mesmo porte.

A ABIC acredita que o consumo interno possa ser ainda maior, principalmente quando contabilizada a demanda em cafeterias, panificadoras, e outros pontos, que muitas vezes torram seus próprios grãos, bem como, o consumo nas mais de 300.000 fazendas de café, cujo cálculo do volume não pode ser determinado com facilidade.

Consumo residencial e fora-do-lar

O consumo continua concentrado nas residências, representando 64% do total, enquanto fora do lar atingiu 34%. Este último tende a crescer continuamente, porque a oferta de cafés de alta qualidade em cafeterias, restaurantes e panificadoras induz ao aumento de demanda da bebida. Destaca-se também o consumo do grão torrado no food service, que segue em crescimento.

Segmentação do consumo por tipo: moído; grão; cápsulas

Cresceu a busca por cafés em grão torrado. A preferência por espressos, bem como a procura por máquinas automáticas e domésticas de café elevou o total das vendas em grão, que passou de 18% para 19%. Por outro lado, o fenômeno das cápsulas parece ter acelerado ainda mais, trazendo uma mudança de hábitos dos consumidores, que veem na praticidade e na variedade de sabores, as características adequadas para uso no lar, nos escritórios, em pequenos comércios, lojas e outros estabelecimentos onde antes não havia serviço de café.

Novo momento do consumo de cafés de maior qualidade

Os consumidores brasileiros estão mais exigentes com relação à qualidade. Isso é resultado de maior conhecimento sobre cafés, suas características, suas diferenças por formas de preparo, dos diferentes terroirs, regiões produtoras diversas e de muita divulgação dos resultados de concursos de qualidade com recordes de valores pagos aos produtores vencedores.

É fruto também do conhecimento dos benefícios do café para a saúde humana, com a divulgação de efeitos positivos para a prevenção de diabetes, problemas cardiovasculares, Parkinson e combate aos radicais livres, entre outros. Todos esses fatores são potencializados pelo interesse dos consumidores nos cafés gourmet e especiais, de alta qualidade, maior valor agregado que têm remunerado adequadamente os agentes da cadeia produtiva.