David Edwards

Em sua oitava vinda para o Brasil, a banda dá as caras com uma nova formação, sintetizadores e um excelente dance rock. Após 16 anos de carreira, a inexplicável Franz Ferdinand se reinventou de maneira excepcional com o disco ‘Always Ascending’ lançado em fevereiro deste ano. 
Esse renascimento vem logo após alguns perrengues, como a saída do carismático guitarrista Nick McCarthy, e a crise pela qual passaram em 2013 com o selo americano do qual faziam parte. Agora, os caras contam com Dino Bardot (do trio 1990s) e Julian Corrie (mais conhecido na cena eletrônica por Miaoux Miaoux), músicos conceituados da cena rock e eletrônica de Glasgow.
Bob Hardy, baixista da banda escocesa que toca pela primeira vez em Curitiba, hoje, na Ópera de Arame, nos concedeu uma entrevista onde fala de seu amor pela música brasileira e do novo processo da Franz Ferdinand. Você pode conferir a entrevista na íntegra abaixo:
 
Barulho Curitiba — Vocês fazem um dance rock como ninguém, vocês utilizaram de vários sintetizadores no último disco, o que criou uma atmosfera bem legal. O disco também passa a impressão de calma, no sentido de urgência. Como foi esse processo?
Bob Hardy —
Alex, Paul e eu começamos a compor no final de 2015. A cada semana nós íamos até o studio na casa do Alex e trabalhávamos mais um pouco. O Alex tem uma coleção impressionável de sintetizadores que a gente nunca tinha aprendido corretamente a como usar, então passamos muito tempo brincando e testando o equipamento. Tudo isso formou a idéia central do som do álbum. No meio desse processo nós conhecemos o Julian Corrie através de uns amigos em comum. Julian é conhecido na cena musical eletrônica com o projeto Miaoux Miaoux. Ele se encaixou perfeitamente na direção que estávamos começando a seguir e acabamos por terminar toda a produção e compoisção do album com ele. Foi muito divertido. 

Barulho Curitiba — O ‘Always Ascending’ é o primeiro disco com a nova formação da banda, como está sendo a turnê com os novatos?
Hardy —
Ter Julian e Dino tocando com a gente nesta turnê tem sido brilhante. Julian nunca havia tocado fora do Reino Unido e a sua animação para tocar em diferentes lugares infectou a todos. Os dois são músicos incríveis e estar em 5 membros nos da uma capacidade nova e maravilhosa. Então, até agora, está sendo uma das melhores e mais agradáveis turnês que nós já fizemos.
 
Barulho Curitiba — É a oitava vez de vocês no Brasil, porém a primeira em Curitiba. O que vocês esperam da cidade? O que já ouviram falar sobre?
Hardy —
Estamos muito animados para ir a Curitiba. Ir a qualquer lugar pela primeira vez é algo muito agradável. Pelas fotografias que eu vi, Curitiba me parece ser uma cidade muito bonita e estou muito animado para dar umas voltas por lá.

Barulho Curitiba — Vocês vão tocar em um festival no Nordeste, em Natal, com várias bandas brasileiras. Vocês gostam de música brasileira? Acompanham algum artista ou banda daqui?
Hardy —
Nós somos muito fãs da música brasileira. Se voltarmos um pouco ao movimento Tropicália, nós amamos Os Mutantes, Tom Zé e Gilberto Gil. Também amamos Sepultura e Bonde do Rolê. Mc Bin Laden é um MC contemporâneo que nós gostamos, e é claro a banda Boogarins, que abriram para nós na última vez que fizemos aqui.

Barulho Curitiba — São 16 anos de banda, muitas turnês e muitas composições. Com o tempo fica mais fácil ou mais difícil o processo de criar um álbum?
Hardy —
Para mim, pessoalmente, o processo se torna cada vez mais divertido e recompensador a cada album. Muito disso tem a ver com o fato de se tornar um melhor baixista e aprender mais sobre teoria da música. Ao mesmo tempo, tocar ao vivo se torna cada vez melhor e mais legal. Ter uma grande variedade de músicas para incluir nos shows é algo muito lehal também se tratando de um abanda que já está a tanto tempo por aí.

SERVIÇO
Franz Ferdinand – Curitiba

Quando: Hoje às 21h00.
Onde: Ópera de Arame (Rua João Gava, 82130-010)
Quanto: R$ 200 a R$ 420
Classificação etária: 18 anos.