O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, na manhã desta segunda-feira, 10 de dezembro, prendeu 13 pessoas. Entre elas estão quatro médicos e dois funcionários do Hospital São Lucas, em São José dos Pinhias, na Região Metropolitana de Curitiba. A Justiça havia expedido 12 mandados de prisão temporária. A décima terceira prisão foi em flagrante: um médico que estava com munição. Além da prisões temporárias, foram cumpridos 44 mandados de busca e apreensão expedidos pelo órgão especial do Tribunal de Justiça do Paraná.

A ação faz parte da Operação Mustela, que investiga agentes públicos e médicos, em organização criminosa que cobrava indevidamente de pacientes para furar a fila do Sistema Único de Saúde. Os valores cobrados dos pacientes variavam entre R$ 2 e R$ 8 mil, de acordo com o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti. "Não só imoral como contraria a lei, porque se nós criamos um sistema. Nós colocamos as pessoas em igualdade de condições. Então, o que deve ser atendido antes é aquele justificável pela emergência e não uma pessoa com a mesma emergência que outra ser passada pra trás na fila porque não paga a parte", disse Batisti.

Os mandados de busca são cumpridos em dez cidades (Curitiba, Campo Largo, Marechal Cândido Rondon, Almirante Tamandaré, Campina Grande do Sul, Telêmaco Borba, Bandeirantes, Campo Magro, Colombo e Siqueira Campos), atingindo o gabinete de um deputado estadual na Assembleia Legislativa, o diretório de um partido político, hospital e clínicas.

As investigações foram iniciadas há cerca de 18 meses na Promotoria de Justiça de Campo Largo.

O gabinete do deputado estadual Ademir Bier (PSD), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), em Curitiba, está entre os alvos. O Gaeco chegou ao local por volta das 7h.

Também há mandados de busca e apreensão sendo cumpridos no Hospital São Lucas, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. Até as 9 horas, quatro médicos do hospital tinham sido presos.