SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (22) o programa Educa São Paulo, que destina laboratórios e salas de aulas em universidades para atender estudantes do ensino médio da rede estadual.


O plano da gestão João Doria (PSDB) é que até 30 mil alunos sejam atendidos neste ano no contraturno escolar.


Para o futuro, o governo afirma que será possível atender até 300 mil estudantes anualmente.


Os conteúdos a serem oferecidos aos estudantes poderão ser definidos pelas universidades participantes do programa. A adesão será voluntária e está aberta a instituições de ensino superior tanto públicas como privadas.


As aulas serão dadas por professores da escola ou bolsistas acompanhados de um professor. A carga horária anual será de 200 horas. O ano letivo tem 200 dias.


O governo vai publicar no dia 23 de março edital para selecionar universidades públicas e particulares interessadas em participar da iniciativa.


A ideia, de acordo com o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, é enfrentar os baixos níveis de aprendizagem e o alto abandono de jovens no ensino médio -segundo ele, 25% dos alunos não concluem essa fase dos estudos.


“Os alunos precisam conhecer mais sobre o ensino superior. Muitos deixam seus projetos por não terem contato com esse universo”, afirmou.


Ele disse que o governo não definirá as áreas nas quais os cursos serão oferecidos. Os cursos podem ser tanto ligados a engenharias como também a áreas como culinária ou turismo, dependendo da especialidade da escola, diz.


Segundo Soares, o custo anual será de cerca de R$ 500 por aluno.


A medida é inspirada no Corujão da Saúde, programa criado pelo governador João Doria quando esteve à frente da prefeitura de São Paulo.


A iniciativa levou atendimento a usuários do serviço público de saúde em hospitais particulares da capital paulista em horários ociosos. Com isso, conseguiu enxugar a fila de exames de imagem existente. Mas, após o fim do programa, uma nova fila se formou.


DEFASAGEM


Os alunos da rede estadual de São Paulo saem da escola, em média, com a nota esperada para estudantes três anos mais novos.


Ao se formarem no ensino médio, têm desempenho em português que seria adequado para o 9º ano do nível fundamental.


Em matemática, a defasagem começa ainda mais cedo: no 9º ano, eles têm a média que seria correspondente à do 6º.


As conclusões foram obtidas por meio dos resultados do Saresp, exame que avalia os estudantes da rede estadual em português e matemática, divulgados nesta terça-feira (12) pela gestão João Doria.


Entre 2017 e 2018, os alunos da rede estadual registraram leve melhora em português, mas piora em matemática no 9º ano e estagnação no ensino médio.


Combinadas aos índices de evasão e repetência, as notas do Saresp dão origem ao Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo), que teve um leve crescimento em 2018, chegando a 5,55 para os anos iniciais, 3,35 para os finais e 2,46 para o ensino médio. As metas para 2030 são 7, 6 e 5, respectivamente.