Reportagem do jornal O Globo divulgada na tarde desta quarta-feira aponta que, Joesley Batista e o seu irmão Wesley, donos da JBS, maior produtora de proteína animal do planeta, afirmaram, em delação ao Supremo Tribunal Federal, terem gravações em que o presidente da República, Michel Temer, dá aval para o pagamento de propina em troca do silêncio do ex-presidente da Câmara Federal e ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ).

De acordo com a reportagem, Joesley Batista e Wesley foram hoje ao STF para um encontro com o ministro Edson Fachin, relator dos processos da Lava Jato para confirmar o que já haviam dito à Procuradoria-Geral da República. Segundo o jornal, diante de Joesley, Temer indicou o deputado federal paranaense Rodrigo Rocha Loures (PMDB) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Rocha Loures teria sido filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. Ainda de acordo com O Globo, Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: “Tem que manter isso, viu?”.

Cunha está preso em Curitiba desde o final do ano passado, acusado de receber R$ 5 milhões em propina para intermediar negócios com a Petrobras.

A delação também atinge o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, que teria sido gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley. O dinheiro teria sido entregue a um primo do presidente do PSDB, numa cena devidamente filmada pela Polícia Federal. Segundo a reportagem, a PF rastreou o caminho do dinheiro qaue teria sido depositado numa empresa do senador Zeze Perrella (PSDB-MG).