SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A defesa que Jair Bolsonaro fez de Paulo Guedes coincide com a submersão do guru econômico do candidato após palestra polêmica com menção à CPMF.

Desde quarta (19), o economista desmarcou três eventos: reunião com clientes do banco de investimento Credit Suisse na quinta (20) e palestras na Câmara Americana de Comércio e na corretora XP nesta sexta-feira (21).

Os eventos eram considerados relevantes para a campanha, interessada em expor o ideário adotado por Bolsonaro. Investidores ouvidos consideram que o sumiço arranhou a imagem de Guedes.

Ele deverá agora submergir, segundo a reportagem apurou.

O economista já havia cancelado outros eventos antes. Após a publicação de reportagem na revista Crusoé sobre processo no qual ele é apontado como beneficiário de uma fraude, embora não seja réu, ele cancelou a participação no programa Roda Viva.

Na fatídica palestra em que Guedes citou suas propostas tributárias, ele também defendeu a ideia de um “voto programático de bancada”.

Pela ideia, todos os votos de uma bancada seriam computados integralmente a favor de um projeto se mais da metade dos parlamentares daquele partido votarem a seu favor.

Isso facilitaria a aprovação de projetos de um presidente sem maioria parlamentar. Ele diz já ter acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), para colocar o projeto em prática. Maia negou ter existido a discussão.

A proposta foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pela Folha de S.Paulo. Mas sua constitucionalidade é questionada –por esbarrar na liberdade de atuação do parlamentar.