Divulgação/Paraná Clube/Rodrigo Sanches

Os minutos que antecederam a partida entre Paraná Clube e Criciúma na Vila Capanema, na noite deste sábado (4 de setembro), foram de tensão. Às 19 horas, horário marcado para o confronto iniciar, os jogadores do time catarinense e a equipe de arbitragem já aguardavam em campo pelo início de jogo. Os atletas paranistas, no entanto, só subiram ao gramado cerca de cinco minutos depois do horário combinado. Foi um protesto dos jogadores contra os recorrentes atrasos salariais.

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Apesar das especulações, segundo o técnico Jorge Ferreira, estreante do dia, em momento algum os jogadores cogitaram a possibilidade de não ir a campo. Segundo ele, a comissão técnica ficou sabendo da realização do protesto poucos minutos antes da equipe ir a campo para realizar um aquecimento antes do jogo.

“Em momento algum foi cogitado não entrar em campo, nem durante a semana e nem hoje. Porém, é compreensível esse ato dos atletas, para demonstrar o descontentamento que eles e de todos nós, na verdade, pelo que estamos passando”, disse Ferreira. “Mas em momento algum foi cogitado a ideia de não entrar em campo”, ressaltou ainda o treinador.

Auxiliar técnico do clube, Ferreira chegou ao posto de treinador do time principal de forma interina nesta semana, após a demissão de Silvio Criciúma. Logo em sua estreia, ajudou o time a voltar a ganhar, mantendo viva a esperança do Paraná Clube evitar um vexatório rebaixamento para a Série D. E depois do triunfo, o novo ‘professor’ tratou de exaltar os atletas.

“Todos são sabedores de todas as dificuldades que o clube vem passando, porém esses atletas nunca deixaram de treinar, de se doar, passando por todas as dificuldades. E claro que [era] um jogo extremamente importante, onde a gente defendia nossa sobrevivência na competição, nossa sobrevivência para continuar brigando pela permanência na Série C, e independente de qualquer coisa os atletas foram homens para brigar lá dentro”, afirmou o técnico interino.

Luan na zaga e Léo Pettenon de volante

O comandante paranista ainda comentou a surpreendente decisão de improvisar o volante Luan na zaga, com Léo Pettenon, que joga no setor e também de volante, indo pro meio de campo. Segundo ele, a ideia foi evitar maiores desgastes para Luan, que vinha de um período de nove meses sem jogar por conta de uma lesão.

“O Luan é um atleta extremamente profissional, treina sempre no máximo, no seu limite. Claro que esses quase 9 meses parado fez com que escolhêssemos que ele iniciasse o jogo de zagueiro e o Léo [Pettenon] na sua posição de origem, que é volante. Ele pode jogar de zagueiro, mas a posição de origem dele é volante. Então fizemos essa escolha porque o desgaste [do Luan] jogando um passinho para trás seria menor. E para ele foi um presente, retorno ao futebol com vitória”, celebrou Ferreira.

‘Final’ contra o Mirassol

Na próxima rodada, o desafio do Paraná Clube será contra o Mirassol. Enquanto o Paraná é o 9º colocado, com 13 pontos no Grupo B da Série C, os paulistas aparecem uma posição acima, com três pontos de vantagem e duas vitórias a mais. Trata-se, portanto, de um confronto direto e decisivo para a equipe continuar lutando contra o descenso. Uma derrota, porém, poderia antecipar a queda paranista.

“Vamos encarar [o jogo contra o Mirassol] da mesma forma como encaramos este jogo. É o jogo da vida, de novo, é o jogo da permanência, em que precisamos buscar a vitória dentro de casa, mas equilibrados. Vamos nessa pegada que viemos nesta semana, com muita conversa, tentando motivar os atletas, extrair o máximo deles. Só assim a gente vai conseguir a vitória. E pensar agora só no Mirassol, deixando de lado os outros resultados, deixando de lado a matemática. A gente não pode pensar nisso, a partir de amanhã é pensar somente no jogo contra o Mirassol, onde só a vitória vai fazer com que a gente tenha chances de permanecer.”