O narcotraficante Marcelo Piloto, extraditado do Paraguai, onde estava preso, será encaminhado para o presídio federal de Catanduvas, no oeste do Paraná a 476 quilômetros de Curitiba. A Justiça do Rio de Janeiro (RJ), onde o criminoso responde por vários processos, autorizou nesta segunda-feira (19) a ida dele para o presídio paranaense. O brasileiro foi extraditado pelo governo paraguaio no início desta manhã. A expulsão foi definidad após o criminoso matar, a facadas, uma jovem dentro da cela. Segundo as autoridades paraguaias, o crime tinha como objetivo evitar a transferência e o cumprimento de pena no Brasil. 

A decisão que estabelece Catanduvas como destino de Piloto é do juiz Rafael Estrela Nóbrega, da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro, que atendeu a pedido do secretário de Segurança do RJ, general Richard Nunes. O Departamento Penitenciário Nacional já tinha indicado a penitenciária paranaense.

Catanduvas fica a 200 km de Foz do Iguaçu, onde Piloto foi entregue por autoridades paraguaias a policiais federais no início da manhã. "A excepcionalidade da medida para que o apenado não ingresse no sistema prisional estadual [fluminense] se justifica em razão de todo o histórico recente ocorrido no curso de sua custódia no Paraguai, bem como a logística empregada pelos meios de segurança, que apontam para o menor custo e maior eficácia na sua inclusão direta no Presídio Federal de Catanduvas, indicado pelo Departamento Penitenciário Nacional, considerando a proximidade com a cidade de Foz do Iguaçu, local de seu ingresso no País", escreveu o magistrado.

O juiz cita, em sua decisão, as tentativas frustradas de resgatar Piloto da cadeia perto de Assunção. Segundo informações do governo paraguaio, o avião com o traficante partiu do grupo tático aéreo da Força Aérea Paraguaia, em Luque, cidade vizinha a Assunção, às 5h05 desta segunda-feira. A aeronave chegou ao aeroporto que fica do lado paraguaio da Usina de Itaipu, em Hernandarias, antes das 7h e em seguida Marcelo Piloto foi levado para a delegacia da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, em um helicóptero da Polícia Civil.

Piloto deve ser transferido a um presídio federal para o cumprimento da pena de mais de 26 anos de prisão a que foi condenado por latrocínio e por roubo.

Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, é apontado pelas polícias dos dois países como o maior fornecedor de armas e drogas fora do Brasil desde a prisão de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Piloto foi preso em dezembro de 2017 em Encarnación, no Paraguai.

Foragido desde 2007, ele vivia no país vizinho desde 2012. Para não ser identificado, usava uma identidade falsa e mudava de endereço a cada seis meses. Aos vizinhos, se apresentava como vendedor de eletrônicos.