Na sexta-feira passada (8), quando a campanha nacional De Bike ao Trabalho foi realizada em Curitiba, 636 ciclistas passaram pela ciclovia da Rua Mariano Torres, entre as avenidas Sete de Setembro e Visconde Guarapuava. A medição foi feita em caráter experimental, das 7 às 19 horas, pela empresa Soluções Ambientais com Inovação e Sustentabilidade (Sacis), sem custos para o Município.

Uma medição como esta funciona como ferramenta útil na hora de definir a localização de novas ciclovias ou para avaliar a utilização das bicicletas numa cidade, informou o consultor Alexandre Lorenzetto, da Sacis. A contagem precisa é feita por sensores automáticos móveis.

Naquele dia, o horário mais movimentado da ciclovia onde foi feita a medição foi próximo às 18 horas. Isso coincide com o horário do retorno da maioria das pessoas do trabalho para casa, comentou Lorenzetto.

De Bike ao Trabalho — A campanha nacional De Bike ao Trabalho é inspirada no Bike To Work Day, um evento anual realizado em vários países para promover a bicicleta como uma opção de transporte para o trabalho. No Brasil, o dia escolhido para a campanha foi a segunda sexta-feira do mês de maio.

A Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), através da Coordenação de Mobilidade Urbana, foi parceira do evento. As vias utilizadas pelos ciclistas são monitoradas e fiscalizadas de forma permanente na cidade. Para este dia, em especial, a fiscalização foi intensificada em pontos críticos de travessias, nas vias compartilhadas e nas ciclovias centrais de Curitiba, onde as demandas são maiores, disse o coordenador de mobilidade urbana da Setran, Gustavo Garrett.

Para Jorge Brand, o Goura, assessor da Coordenação de Mobilidade Urbana, esse tipo de campanha é importante para a conscientização sobre um modal cada vez mais utilizado nos deslocamentos em Curitiba.

Os espaços de trabalho precisam se tornar mais amigos do ciclista, com a instalação de bicicletários e vestiários que tragam mais conforto e facilidades pra quem vai de bicicleta ao trabalho. Já observamos estas práticas em diversas empresas e comércios. É uma tendência que precisa ser estimulada, disse. Segundo ele, atualmente os deslocamentos feitos por bicicleta chegam a 3% em Curitiba.

Goura destaca que além da rapidez nos deslocamentos, andar de bicicleta é uma atividade física que ajuda a combater o sedentarismo, contribuindo para a melhora da saúde da população. Ao ir de bicicleta, a pessoa chega mais motivada ao trabalho, aumenta a produtividade, comentou.

Ele destacou a importância de achar as rotas mais seguras e incorporar o hábito no cotidiano. Mas é preciso sempre lembrar também que o ciclista é um agente do trânsito e também deve respeitar os pedestres e a sinalização”, disse Goura. O evento em Curitiba foi organizado pelo movimento CicloIguaçu.

Paraciclos — A Prefeitura de Curitiba realizou em 2013 uma pesquisa preliminar sobre os deslocamentos dos servidores que trabalham no Centro Cívico. Como resultado do levantamento, foram instalados paraciclos em vários pontos do prédio central da Avenida Cândido de Abreu.

Em 2015, a pesquisa foi estendida a todos os servidores do Município, destacando itens como qual modal mais utilizado para ir ao trabalho, existência de bicicletário e demais estruturas para atender aos ciclistas, dificuldades de utilização da bicicleta, posse de automóvel, entre outros.

Iniciada em abril, a pesquisa teve mais de 1,8 mil respostas e deve ser finalizada ainda em maio. Os dados levantados serão considerados para a execução de ações para a melhora da ciclomobilidade nos deslocamentos para o trabalho nas estruturas da Prefeitura.