Valentin Antonucci – Pexels – Gostamos de congelar o tempo em situações que possam evitar a do

Mais um daqueles filmes sobre tempo, espaço, dia em looping e referências ao Feitiço do Tempo, uma condição percebida apenas quando ficamos mais velhos, talvez até, pelo sentido mais real de finitude que temos, embora seja uma bobagem. Acreditamos inclusive nessa situação agora, que eu escreverei a próxima linha, e você que vai ler, sem que nada possa interromper esse ciclo.

O filme é dispensável de comentários sobre sua qualidade, embora tenha levantado uma curiosidade a respeito de como gostamos de congelar o tempo em situações que possam evitar a dor, como se ela fosse feita para ser evitada. Como às vezes nos sentimos as únicas pessoas do planeta a estar passando por algo intransponível, que aquele drama é exclusivo e sem precedentes e assim congelamos esse episódio sem encontrar a saída. Nesse labirinto, nos deparamos com os muros e caminhos ilusórios, sem parar para olhar aquilo como se estivéssemos fora disso. 

Essa sensação de que fazer, insistir, tentar e não chegar ao ponto preterido desgasta. É o labirinto percorrido só pra sair. Então notei que isso não é uma descoberta para patentear, que somos viciados em fazer de um jeito, um jeito aprendido e nem sempre percebido por nós. Podemos chegar ao ponto que queremos ou imaginamos que seja “o nosso ponto”  e ele segue sim um padrão, acredito num mundo e modelo mental ainda sistêmico, pois o mundo já é o caos. Contudo, a receita de bolo é diferente. Somos diferentes! Sentimos diferente e nossas histórias podem cruzar dados muito, mas muito parecidos.

A busca dessa conexão interpessoal é patológica, sendo que, sejamos honestos, conexão é questão do beep beep estar na mesma frequência e pode ser ilógico como isso se liga. A loucura é tão grande que nos frustramos com o sucesso ou fracasso na relação alheia e pouco nos importamos com a forma de nos relacionarmos conosco, como se só agíssemos pelas personas.

Cada dia eu me sinto menos dali e mais daqui. O quanto eu quase perdi quem eu sempre fui. Podemos mudar e até nos transformar, mas aqui entre nós, acredito que a maioria estava lá dentro e foi perdida no labirinto da vaidade alheia.

O filme citado é “O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas” (veja trailer aqui)

*Ronise Vilela é criativa de conteúdos de Comunicação Afetiva e Terapeuta.

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