Falta muito pouco para a Copa do Mundo na Rússia.Mas em meio às trocas de figurinhas, discussões sobre a escalação e produção de enfeites para as ruas, fica uma dúvida: seu coração está preparado para torcer pelo Brasil?

Com ansiedade, stress, angústia, medo, e até um susto bem grande, como no inesquecível episódio do 7×1 da última Copa, é normal sentir batimentos mais acelerados ou descompassados. Entretanto, quando existem fatores genéticos e doenças cardiológicas pré-existentes, uma oscilação muito grande e repentina pode inspirar cuidados, especialmente para quem já sofre de algum tipo de arritmia cardíaca. Não à toa, diversos estudos profissionais já foram feito ao longo dos anos a este respeito.

O cardiologista membro da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), Dr. Leandro Zimerman, explica que momentos de ansiedade ou raiva podem aumentar o tônus adrenérgico e a estimulação simpática do coração, com aumento de frequência cardí¬aca, resistência vascular e pressão arterial. “Estas alterações, por sua vez, levam a um aumento de demanda de oxigênio e risco aumentado de lesão vascular, potencializando a ruptura de placas. Estas adaptações podem levar a arritmias tanto por efeito direto como pelo desencadeamento de síndromes isquêmicas agudas”, conta o médico.

Diante disso, a SOBRAC reuniu algumas informações básicas a respeito do tema para ajudar aos que forem torcer pelo hexa do Brasil a manterem o coração na batida certa.

1)   Cuide da quantidade e qualidade do sono. Se você já sofre de ronco e apneia obstrutiva, saiba que quando crônico o problema pode levar ao desenvolvimento de uma arritmia. Portanto, é muito importante assegurar o controle destes distúrbios e garantir algumas horas necessárias para o descanso completo do corpo. Cuidado em dias pré-jogo: o cansaço gerado por uma noite mal dormida pode ser um problema

2)   No bar ou em casa é comum reunir os amigos e consumir petiscos gordurosos, com excesso de sódio/sal. Para quem já é obeso ou hipertenso, diabético ou tem o colesterol alto, o alimento somado às emoções exacerbadas pode se tornar uma bomba relógio para o coração. A dica aqui é substituir os embutidos, frituras e afins por sementes, picles e seus correlatos

3)   A dica para a alimentação também vale para a bebida. O álcool, também comum em meio à torcida, atua como excitador, acelerando o coração. Esse fator desencadeia fibrilação atrial e extra-sístoles, que se potencializam em casos de pessoas que já tenham o quadro de arritmia cardíaca. Se não der para passar à base de água e suco, vá de cerveja sem álcool. De qualquer forma, é sempre bom se manter bem hidratado

4)   A partida está tensa e deu vontade de fumar um cigarro? Cuidado! A nicotina, assim como substâncias com cafeína, influencia na liberação da adrenalina, que naturalmente acelera os batimentos cardíacos. Portanto, evite! Se a vontade for muita, chupe uma bala ou petisque coisas saudáveis
5)   Respire! Pode parecer clichê, mas inspirar profundamente, indo até o limite da capacidade dos pulmões, ajuda a desacelerar e controlar taquicardias
6)   Não se irrite em demasia! Discussões e brigas aumentam a pressão arterial e os batimentos, podendo desencadear arritmias perigosas, infarto ou derrame

7)   Com a ansiedade para a competição, alguns hábitos podem ser esquecidos. Se você toma alguma medicação para arritmia, coloque um alarme no celular relembrando este compromisso. Não interrompa seu tratamento

8)   Nunca se automedique, nem mesmo numa final! Seu médico é o único capaz de prescrever a dosagem e duração correta de qualquer remédio. Por sim, não pense duas vezes antes de procurar ajuda especializada ao sinal de alguns sintomas como desmaio ou tontura forte; palpitação (sensação do coração batendo descompassado) e dor no peito.