Franklin de Freitas – Guarda-vidas no mar do Paraná: papel é de prevenir o afogamento

Os afogamentos nas praias, rios, lagos e cavas do Paraná tiveram queda na atual temporada de verão, quando comparado com o mesmo período do verão passado. Por outro lado, o número de mortes por afogamento tiveram aumento nesta temporada. Os dados foram levantados pelo Bem Paraná com base no Sistema Digital de Dados Operacionais do Corpo de Bombeiros do Paraná (SYSBM-CCB).

Entre os dias 20 de dezembro de 2020, quando teve início o verão, e 17 de fevereiro de 2021, quando os dados foram compilados do SYSBM-CCB, o Paraná havia registrado 581 ocorrências de afogamento, sendo 538 delas no litoral paranaense. O total de óbitos nesse mesmo período foi ainda de 41, com oito dos casos sendo registrados nas praias paranaenses.

No verão anterior, também entre os dias 20 de dezembro e 17 de fevereiro, o número de ocorrências no estado havia sido de 629, com 587 desses registros tendo o litoral paranaense como referência. Já o número de óbitos havia sido de 37, com três óbitos nas praias do estado.

Dessa forma, os óbitos nas praias paranaenses mais do que dobraram. Já quando considerados os dados do estado como um todo, temos que o número de ocorrências caiu 7,6%, enquanto o de mortes subiu 10,8%.

Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Samuel Prestes, no litoral paranaense as ocorrências mais graves são registradas quando pessoas entram em áreas não indicadas, muitas vezes inclusive com placas de perigo. “Indicamos que procurem sempre as áreas entre as bandeiras vermelha com amarelo, ou de preferência em frente aos Postos de Guarda-Vidas para sua diversão no mar, pois são áreas que foram estudadas, onde o fundo do mar e as correntes são mais suaves e ainda têm a proteção do guarda-vidas”, diz.

Além disso, ele também salienta que o papel do guarda-vidas é de orientar e prevenir o afogamento, mas as pessoas devem colaborar com o trabalho evitando locais afastados, que possuam placas ou bandeiras pretas. Já o tenente-coronel Jonas Emmanuel Benghi Pinto comenta ain da que o que tem chamado a atenção nesta temporada são os casos isolados de afogamento, principalmente entre jovens.

No ano passado, número de casos e óbitos caiu 17%

Considerando os dados ano a ano, temos que em 2020 o Paraná registrou uma importante queda tanto no número de ocorrências como no número de óbitos por afogamento.

No ano passado inteiro, foram 803 registros desse tipo, com 122 pessoas falecendo em incidentes em meio líquido. No ano anterior haviam sido 967 casos com 148 óbitos. Temos, então, reduções de 17% no total de ocorrências e de 17,6% no número de óbitos.

Dos três anos analisados (2018, 2019 e 2020), aquele que teve o maior número de registros, tanto de casos como de óbitos, foi 2018. Naquele ano, os bombeiros atenderam 1.001 situações de afogamento, com 149 mortes.

Dezembro e janeiro concentram quase dois terços das mortes

Analisando-se os dados sobre casos e mortes decorrentes de afogamento mês a mês, temos que, no Paraná, mais de um terço das ocorrências e mais de dois terços dos óbitos são registrados entre dezembro e janeiro.

Entre 2018 e 2020, os bombeiros registraram um total de 2.771 casos de afogamentos, com 419 mortes. Só o primeiro e oúltimo mês de cada ano tiveram, somados, 1.900 casos e 158 mortes, o equivalente a 68,6% e 37,7% do total de registros.

O terceiro mês com mais registros é novembro, que concentra 5,3% dos casos e 17,4% das mortes. Em seguida aparecem ainda outubro (2,2% e 10,3%, respectivamente) e março (5,3% e 8,35%).

Afogamentos no Paraná – Verão
(entre os dias 20 de dezembro e 17 de fevereiro)

2020/2021
Ocorrências: 581
Óbitos: 41

2019/2020
Ocorrências: 629
Óbitos: 37
Afogamentos no Paraná, ano a ano

2020
Ocorrências: 803
Óbitos: 122

2019
Ocorrências: 967
Óbitos: 148

2018
Ocorrências: 1.001
Óbitos: 149

Fonte: Sistema Digital de Dados Operacionais do Corpo de Bombeiros do Paraná (SYSBM-CCB)