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Finalmente podemos falar sobre esse assunto de uma maneira clara e com ego adulto: positividade tóxica não existe. O que reside aí é uma confusão, um ditar de regras para supostamente ser feliz full time. A terapia existe para dar suporte e com suas ferramentas, auxiliar a pessoa (paciente), a lidar da melhor forma com situações de conflito, saúde emocional e mental, dependendo do foco do seu trabalho. 

O termo “positividade tóxica”, remete a um estado permanente de “pollyanismo”, outro equívoco de quem ainda usa o discurso dicotômico. A minha pergunta é bem simples: o que você escolhe para sua vida, ser na maior parte do tempo feliz com o que faz, sente e pensa ou estar triste com tudo isso? Sim, é uma questão de escolha!

Muitos profissionais, pessoas e agentes dessa Nova Era têm o propósito de trazer o melhor do que a pessoa pode dar naquele momento. E se não pode, vamos entender, aceitar e se escolher, melhorar. O que acontece em muitas situações é a romantização do “darkness”, da deprê. São sentimentos, emoções e ações muitas vezes sob controle e outras nem tanto, que precisam de um olhar e acompanhamento profissional.

A questão não é ser feliz o tempo todo, todos os dias, e, aliás, quem o é, incomoda muita gente. A receita é simples, se não conversa com você, vira a página, rola o Feed. Se para determinada pessoa o legal é ressaltar o “pesado”, insolúvel ou a simples reclamação, que o faça, se isso a deixa feliz; sim, há quem se compraz na verborragia insana daquilo que não dá certo.

Importante ressaltar que aqui não se prega alienação aos fatos, à vida e aos acontecimentos que não estão sob controle individual. Tampouco a isenção da crítica. Podemos ter acesso a essa variedade de fontes de informações e com elas filtrar o que é relevante. E mais, saber como vai estabelecer essa comunicação na rede de relacionamentos.

Então como há muitas pessoas em perfis que exaltam a felicidade (que incomoda) e muitas delas podem ser fake, há também os vampiros do bem-estar somente a sugar e tornar esse discurso inválido.

O que nos afronta é aquilo que não está resolvido em nós mesmos. Dar importância ao que é importante. Isso sim é responsabilidade pessoal e intransferível!

E mais uma coisinha aqui, já que tratamos de Comunicação Afetiva, se é positividade, será mesmo que é tóxica? Para refletir, não é uma questão fechada.

 

*Ronise Vilela é criativa digital de Comunicação Afetiva e terapeuta.

Essa coluna tem o apoio da Consonare, maior plataforma de terapias integrativas da América Latina.

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