Valdecir Galor/SMCS

Faltando menos de dez dias para o término da campanha da vacinação contra a gripe, dois grupos preocupam os profissionais da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, por conta da baixa procura pela imunização: os das crianças entre 6 meses e 4 anos de idade e o das gestantes.

A meta é vacinar contra a gripe 463,5 mil pessoas em Curitiba, que fazem parte dos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde. Até o momento, foram feitas 277,5 mil aplicações, o equivalente a 60% da meta. Observa-se, porém, que foram alcançadas apenas 37,2% das crianças na faixa etária indicada e 42,5% das gestantes.  

“Nossa orientação é para que os pais levem os filhos que estão na faixa etária indicada para vacinar e que as gestantes, em qualquer idade gestacional, procurem uma unidade. Essas pessoas têm mais chance de complicação, caso peguem a gripe”, explica o diretor do Centro de Epidemiologia de Curitiba, Alcides Oliveira.

A vacina está disponível com exclusividade para o público prioritário, até o dia 1 de junho, em 110 unidades de saúde de Curitiba, de segunda à sexta-feira, em horário comercial, das 8h às 18h.

Arthur Kaminski Orlatei, de 7 meses, foi vacinado ontem na unidade de saúde Mãe Curitibana, depois que os pais dele receberam recomendação expressa do médico. “Na internet tem muita notícia que diz que a vacina não faz efeito, mas o médico disse que era importante para o bebê, então nós viemos”, afirma a mãe do Arthur, a artesã Gisele Kaminski, 35 anos.

Grávida de oito meses, a confeiteira Ana Carolina Derosso, 34 anos, também só tomou a vacina depois da orientação do médico, por receio de que pudesse fazer mal ao bebê. “O médico disse que era importante fazer a vacina porque ela imuniza a mãe e o bebê, principalmente em Curitiba, que tem instabilidade climática. Meu bebê já vai nascer protegido”, afirmou.

De acordo com Oliveira, as gestantes ou os pais com dúvidas a respeito da vacina devem procurar diretamente a unidade de saúde para esclarecer. Não há necessidade de as gestantes e as crianças na faixa etária indicada passarem por consulta médica para a prescrição da vacina, uma vez que ela faz parte do calendário de vacinação.

Oliveira lembra, ainda, que a vacina é segura, feita com vírus morto e fragmentado. Ou seja, não é capaz de provocar a doença. “A vacina é contraindicada apenas para quem apresentou reação em doses anteriores ou tenha alergia grave ao ovo de galinha e derivados”, explica Oliveira. A eficácia da vacina é de até 70%.   

Demais grupos

Além das gestantes e de crianças de 6 meses a 4 anos de idade, fazem parte do grupo prioritário idosos, doentes crônicos, puérperas (mães que tiveram filho há menos de 45 dias), profissionais da saúde e professores. O Ministério da Saúde define os grupos, de acordo com a vulnerabilidade, possibilidade de complicação caso pegue a doença e a probabilidade de transmissão.

A vacina está disponível com exclusividade para o público prioritário até 1 de junho. “Após esse período, se houver sobra de vacina, elas ainda serão disponibilizadas, mas não com exclusividade para o público priorizado durante a campanha”, explica Oliveira.

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Grupos com indicação da vacina na rede pública 
O público-alvo da campanha de vacinação contra a gripe é definido pelo Ministério da Saúde. Para tomar a vacina, basta ir a uma unidade de saúde e apresentar um documento oficial. Em alguns casos, é necessário apresentar também um documento que comprove que o usuário se enquadra em algum destes públicos:

– Crianças de 6 meses de idade a 4 anos, 11 meses e 29 dias;
– Idosos com 60 anos ou mais;
– Pessoas com doenças crônicas não-transmissíveis e outras condições clínicas especiais, como trissomias, doença respiratória, cardíaca, renal, hepática e neurológica crônica, diabetes, imunossupressão, obesidade e transplantados (neste caso, se não fizer o acompanhamento na unidade de saúde é preciso apresentar solicitação ou prescrição médica com o motivo da indicação da vacina);
– Gestantes, independente do mês gestacional;
– Mulheres em pós-parto, até 45 dias após o nascimento do bebê (apresentar certidão de nascimento do bebê, cartão-gestante ou documento do hospital em que ocorreu o parto);
– Trabalhadores da saúde (apresentar declaração do vínculo de atuação);
– Professores de escolas públicas ou privadas (apresentar documento que comprove vínculo de atuação, como crachá ou declaração da instituição em que atua).