Autorretrato janeiro 2018

Impermanência da vida, check!
Jornada, check!
Destino, check!
Escolhas, check!
E assim o checklist se estende e, de repente, a constatação de que há várias lacunas de uma fase para outra. E, nesse buraco negro causado por um evento, um trauma ou algo que o valha, acontecesse um apagão de identidade.
Pode ser que nem todos percebam isso, mas no decorrer da vida, numa pausa prolongada ou no dia de uma explosão mais devastadora, a gente dê uma olhada no panorama e sinta a falta de si mesmo.
Sim, mudamos, por questão da idade, da passagem de tempo, do próximo nível alcançado, porém, chega um momento crucial em que nos questionamos "quem é essa pessoa que me tornei" – e geralmente sentimos a falta de alguém que auto desprezamos um dia.
Mas a vida é evolução
Partimos deste princípio, que evoluímos, que a idade, a maturidade nos torna melhores. Por um lado isso acontece em maior ou menor grau, contudo, é provável um "revival" emocional daquilo que um dia foi o ponto de partida para o momento presente.
E alguns se deparam com as escolhas, sempre elas, e continuam a cada momento, as determinantes do status vivido. Evidente que o olhar para nós pode nos revelar um quadro mais claro, pois não somos mais a personagem, mas o observador de nós mesmos.
E quando saímos da questão, do problema, do drama nosso de cada dia e enxergamos de uma determinada distância, mas não somente de forma racional, porque não somos só isso, parece que existe uma clareza, um discernimento mais assertivo.
Entretanto, lá vai mais um paradigma: sabe como isso acontece? Com repertório. E para fazer o checklist é necessário viver, viver um dia de cada vez, consciente da mortalidade – e não se apavorar por isso. E nesse mistério, só não vá se perder por aí!

* Ouvindo "Só não vá se perder por aí" dos Mutantes https://youtu.be/tdSWaYRexeU