Cada pessoa tem uma maneira de agir. É o que chamamos de personalidade, formada principalmente na infância. A família e a escola, a comunidade, o clube, os amigos e tantos grupos que frequentamos desde crianças moldam, aos poucos, como será nossa personalidade. Mas, mesmo com tantas influências externas, cada pessoa é única e tem uma maneira ímpar de agir frente às mais diversas situações da vida. Não é raro ouvirmos mães e pais comentarem algo como: Temos quatro filhos e criamos todos da mesma maneira. Mesmo assim, um é completamente diferente do outro!

Dentro dessa forma muito pessoal de cada um agir, percebe-se que o ser humano é um animal de hábitos e rotinas. Aprendemos como devemos agir em cada situação e passamos a repetir comportamentos, a depender de como as ocasiões se apresentam. Isso forma nossos hábitos. É uma constatação que serve para todas as áreas da vida, desde o vocabulário que adotamos (gírias, maneirismos, vícios de linguagem) até as coisas mais complexas, como a conduta durante uma negociação.

Para nos adequarmos a algumas situações da vida, às vezes precisamos nos livrar de alguns comportamentos, e essa é uma das maiores dificuldades. Tornamo-nos escravos de nossos hábitos. Você já se percebeu com algum cacoete, alguma gíria, algum trejeito do qual quisesse se livrar? E já percebeu como é difícil livrar-se de um hábito? Quando as normas de conduta em uma comunidade (empresa, igreja, clube ou qualquer organização social em que você vá atuar) exigem um padrão de comportamento diferente do nosso, temos duas alternativas: desistir de fazer parte desse grupo (pedir demissão do emprego, deixar de frequentar o clube, isolar-se de determinada comunidade), sabendo que isso poderá nos trazer consequências importantes; ou nos adaptar às regras colocadas, mesmo que isso represente alguma dificuldade de adaptação.

Na vida profissional, especialmente, muitas vezes precisamos sacrificar algo no nosso jeito de ser para podermos nos adaptar à situação que se apresenta. Uma pessoa que seja considerada arrogante ou presunçosa por causa de sua conduta pode ser isolada no ambiente de trabalho e perder apoios e amizades de colegas que poderiam enriquecer sua atuação profissional.

Certa vez li um artigo do reitor da Universidade Positivo, professor José Pio Martins, que tratava exatamente desse lado mais amargo da natureza humana. Dizia ele que primeiro, formamos nossos hábitos; depois, eles nos dominam e conduzem nossa vida. A maneira como pensamos, sentimos e agimos é ditada por nossos valores, nossas crenças e nossa estrutura psicológica.

Adriane Werner. Jornalista, especialista em Planejamento e Qualidade em Comunicação e Mestre em Administração. Ministra treinamentos em comunicação com temas ligados a Oratória, Media Training (Relacionamento com a Imprensa) e Etiqueta Corporativa.