BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Michel Temer (MDB) desautorizou o governador eleito em Roraima, Antonio Denarium (PSL), sobre a possibilidade de restrição à entrada de imigrantes venezuelanos no Brasil.

No domingo (9), à Globonews, o novo interventor federal afirmou que faria um trabalho conjunto com o governo federal de limitar o ingresso dos estrangeiros. No sábado (8), afirmou que pediria atestado de antecedente criminal para venezuelano.

Nesta segunda-feira (10), após evento no Palácio do Planalto, Temer ressaltou que a política de acolhimento aos refugiados será mantida e relatou que transmitiu a informação ao governador eleito.

“Nossa política é de apoio aos refugiados desde o primeiro momento. Nós mandamos transmitir ao interventor ontem essa notícia e ele acordou imediatamente. Ele disse que não há problema nenhum”, afirmou.

Segundo Temer, Denarium disse, durante o contato, que a situação é difícil, mas observou que, nomeado interventor, seguirá as diretrizes fixadas pelo Palácio do Planalto.

Nesta segunda, foi publicado decreto nomeando o governador eleito, que terá controle sobre a administração estadual até 31 de dezembro. Até a posse, no dia seguinte, ele estará subordinado à Presidência da República.

Temer disse ainda que há condições do Congresso aprovar a intervenção federal nesta terça(11). Ele ressaltou esperar que a crise seja resolvida em “brevíssimo tempo”.

“Eu espero que no menor tempo possível nós possamos mandar recursos para lá e que isso se pacifique”, disse.

A medida foi anunciada na sexta(7) para tentar conter a crise no estado, que enfrenta paralisação de servidores da segurança pública, descontrole nas finanças e em presídios e tensão com a presença de imigrantes venezuelanos.

Nesta terça, Temer e Denarium devem se reunir em Brasília para tratar detalhes da iniciativa. O futuro governador irá apresentar ao presidente um Plano de Recuperação Fiscal.

Com a intervenção, a atual governadora, Suely Campos (PP), perde os poderes administrativos, mas mantém, de acordo com integrantes do governo, direitos inerentes ao cargo, como remuneração, benefícios e foro especial.