O século XXI chegou quebrando velhos paradigmas sobre carreira profissional. Um deles é de que nossa formação determina o destino em uma única via, ou seja, se nos formamos ou abraçamos uma profissão X é nela que vamos trilhar até a aposentadoria. O que percebo nesse milênio é a virada de chave no conceito engessado de que a escolha não pode ser revertida ou simplesmente mudada, independente do motivo. Podemos sim seguir outro rumo do nosso status profissional, entretanto, quando isso se dá após alguma solidez da atividade anterior, muitas dúvidas nos assolam do modo para fazer essa transição.

Quem buscaesta mudança, seja por necessidade de empregabilidade, idade, frustração na carreira anterior ou de repente, investir num velho sonho, ignorado no passado pela configuração “escolhas rentáveis ou da moda”, quer ser vista e reconhecida por outro viés.

E quais as alternativas? Aqui vamos apresentar uma ferramenta chamada Constelação Sistêmica. A consteladora e analista transacional organizacional Michelle Thomé trabalha com essa dinâmica nas organizações familiares e nas empresariais, para identificar pelo método, fatores que podem estar bloqueados por traumas e históricos de família, apresentados ao paciente numa espécie de psicodrama. “As Constelações Familiares foram desenvolvidas e apresentadas ao mundo pelo alemão Bert Hellinger, que também é analista transacional. É uma técnica de observação fenomenológica nos campos morfogenéticos, que são descritos pelo biólogo Rupert Sheldrake como uma memória coletiva para onde cada integrante de um sistema ou grupo recorre e para a qual cada um contribui. Portanto, olhamos neste trabalho para as leis sistêmicas da herança familiar, o papel social da consciência moral dos grupos e a consciência espiritual que se manifesta pelo amor. O constelador familiar respeita a dinâmica profunda do movimento de cura que se baseia na adesão incondicional de tudo como é. Numa empresa o sistema é composto pelos fundadores, gestores, funcionários, fornecedores e clientes. Todos influenciam-se mutuamente. Cada um tem o seu lugar e uma equipe não atinge o sucesso esperado se todos não estiverem no lugar certo e olhando para a mesma direção. O líder é o que tem mais responsabilidades e um lugar de destaque” explica Michelle que destaca os pontos trabalhados nas constelações empresariais: “1, nomear o que é o obstáculo para seu sucesso pessoal, 2. para o entendimento da origem do problema e 3. para iniciar o novo caminho escolhido. Criei um programa que nomeei Coaching de Identidade para dar suporte ao cliente neste momento dual, em que o que era feito no passado não se apresenta mais como realidade e o novo é desconhecido”, conclui.

Independente da nova empreitada, a regra preparo, estudo e criatividade são imprescindíveis para qualquer iniciativa. “Para quem está em fase de recomeço, sugiro olhar para o equilíbrio entre o dar e o receber nesta nova carreira; perceber qual o seu lugar no sistema organizacional que escolheu integrar, entendendo que todos fazem parte, mas que cada um tem um lugar específico e isso precisa ser respeitado”, finaliza Michelle.

*Michelle Thomé Coach sistêmica, consteladora e analista transacional organizacional certificada pela Unat-Brasil, facilita os cursos AT 101 e é coordenadora de formações AT 202. É diretora de Comunicação na Unat-Brasil e diretora da América Latina na ITAA (International Transactional Analysis Association)