RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – O metrô do Rio de Janeiro completou no último mês 40 anos desde a sua abertura, ocorrida no governo do ex-presidente Ernesto Geisel (1907-1996), após nove anos de obras.


Foi inaugurado depois de cinco décadas de estudos e discussões e dias antes de Geisel deixar o governo e ser substituído por João Batista Figueiredo (1918-1999), o último presidente do regime militar.


Se hoje o metrô abriga 41 estações, quando surgiu eram apenas 5. E é um pouco dessa história e do surgimento de novas paradas nos bairros do Rio que vale a pena conhecer.


O sistema foi o segundo do país, aberto cinco anos após o início das atividades do pioneiro metrô de São Paulo. O primeiro trecho aberto no Rio tinha apenas 4,3 quilômetros de extensão e ligava as estações Glória e Praça Onze –passando pela Central, Presidente Vargas e Cinelândia.


No início, os trens operavam somente das 9h às 15h. Naquele mesmo ano, o horário foi ampliado até as 23h e o metrô tinha quatro trens com quatro carros de passageiros cada, que rodavam com intervalo médio de oito minutos entre cada um. Atualmente o sistema opera das 5h à 0h.


O começo foi marcado por explicações aos futuros usuários de como funcionaria o sistema. Foram abertas, por exemplo, visitas programadas a um trem na Praça Onze. Ele ficava parado, com ar condicionado ligado, para as pessoas começarem a entender o que era o metrô.


Depois, o trem passou a fazer pequenos deslocamentos, até ser colocado em operação, segundo o engenheiro Eli Canetti, 64, que entrou na então companhia do metrô do Rio em 1976 como estagiário, três anos antes da inauguração. Atualmente ele é assessor de expansão da concessionária do sistema.


Ele conta que foi preciso mostrar aos usuários inclusive como era o sistema de pagamento, que obrigava o passageiro a ir às bilheterias e depois passar pelas catracas e era uma novidade então.


AS ESTAÇÕES SEGUINTES


Em 1980, surgiram as estações Uruguaiana e Estácio e, no ano seguinte, Carioca, Catete, Flamengo (à época chamada de Morro Azul) e Botafogo. A linha 2 também foi inaugurada naquele ano, com as estações Maracanã e São Cristóvão.


Dos quatro trens iniciais, hoje são 64, com um total de 384 carros, que percorreram um total de 7,48 milhões de quilômetros no ano passado.


“É um sistema que cresceu muito desde o início, mas sempre precisamos de mais. A expansão da cidade pede isso”, disse Canetti.


O sistema atual, com suas 41 estações distribuídas em 58 quilômetros, transporta em média 880 mil passageiros em dias úteis. O serviço é concedido ao grupo Invepar desde dezembro de 2009.


Como comparação, na capital paulista são transportados diariamente 5 milhões de passageiros em seus 96 quilômetros de trilhos, com 84 estações. A companhia responsável pelo metrô paulistano foi constituída em 1968, mas a inauguração ocorreu apenas seis anos depois, em 74.


Segundo a concessionária do Rio, entre os próximos passos estão a extensão da linha 2 até a estação General Osório.


Datas importantes na história do metrô:


1979 – Sistema é inaugurado no dia 5 de março pelo ex-presidente Ernesto Geisel


1980 – Abertura das estações Uruguaiana e Estácio


1981 – Começam a funcionar as estações Carioca, Catete, Flamengo (Morro Azul, então), Botafogo, São Cristóvão, Maracanã e Largo do Machado


1982 – Estações Afonso Pena, São Francisco Xavier e Saens Peña iniciam as atividades


1983 – É a vez das estações Maria da Graça, Del Castilho e Inhaúma


1984 – A linha 2 inicia as atividades


1997 – Governo concede o metrô à iniciativa privada por 20 anos


1998 – Em Copacabana, é aberta aos passageiros a estação Cardeal Arcoverde. Surgem ainda Irajá, Colégio, Coelho Neto, Engenheiro Rubens Paiva, Acari/Fazenda Botafogo e Pavuna


2009 – Em Ipanema, é aberta a estação General Osório


2016 – São inauguradas as estações Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alah, Antero de Quental, São Conrado e Jardim Oceânico