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A banca da Rua Desembargador Motta com a Avenida Iguaçu: desde 1986 (Franklin de Freitas)
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Franklin de Freitas

Ao longo dos últimos anos, mesmo com o declínio do mercado editorial (o que acabou tirando de circulação diversos jornais impressos e revistas), as tradicionais bancas de jornal têm conseguindo pelo menos se manter em Curitiba – ainda que com uma reformatação do modelo de negócio. Em 2016, por exemplo, a cidade contava com 170 bancas de jornais e revistas localizadas em ruas e logradouros públicos e gerenciadas pela Urbs. Já no final do ano passado, ainda haviam 171 bancas desse tipo em atividade.

Para sobreviver aos novos tempos, contudo, foi necessário se adaptar. É o que demonstra, inclusive, a banca em atividade com o contrato mais antigo junto ao município: a Banca nº 45, de Belmiro Lopes de Souza, localizada na Rua Desembargador Motta com a Avenida Iguaçu, bem próximo ao Hospital Pequeno Príncipe e ao Colégio Sagrado Coração de Jesus.

Segundo a Urbs, o Termo de Outorga de Permissão de Uso (TOPU) do espaço foi firmado em 30 de janeiro de 1986. Com isso, supera em alguns meses a segunda banca mais antiga da cidade, a de nº 57, que pertence a Marcos Gomes de Lima e está localizada na Rua Imaculada Conceição, próximo da PUC-PR, e cujo TOPU foi firmado em 27 de junho de 1986.

O grande destaque do estabelecimento, contudo, já não são mais as revistas e os jornais. Segundo Ronis Guimarães, que há oito meses trabalha na banca, o espaço passou por uma reformulação há cerca de quatro anos. Foi quando o foco do negócio, seguindo uma tendência desse mercado, passou do mercado editorial para o gastronômico, com destaque para o bolinho de carne e o espetinho, carros-chefes nas vendas atualmente.

“Hoje, o nosso forte é a parte de alimentação e bebidas. Ainda temos alguma coisa de revistas à venda, que ficam expostas do outro lado da banca, mas isso é mais porque é uma obrigação. Hoje as bancas estão virando mais uma loja de conveniência, com lanches e outras coisas”, aponta o funcionário da histórica banca.

Com a movimentação do hospital e da escola – um localizado logo atrás e outro logo a frente da banca -, o local recebe todos os dias cerca de 300 pessoas que param ali para comprar alguma coisa. “Final de semana é mais fraco, mas meio de semana são atendidas umas 300, 350 pessoas”, aponta Ronis, explicando ainda que as vendas em janeiro estão mais devagar, já que Curitiba deu uma esvaziada depois do Natal. “Mas isso é algo normal, depois de fevereiro as coisas já começam a melhorar.”