marcha nacional
Reprodução Instagram @adoupar

Defender a autonomia e o direito das mulheres poderem escolher o local de parto e os profissionais que a acompanharão neste momento tem sido um dos mais importantes papéis dos enfermeiros obstetras no Brasil. Não por acaso, a estimativa do Relatório Mundial da Obstetrícia, do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA/ONU), mostra que a enfermagem obstétrica tem o potencial de salvar 4,3 milhões de vidas por ano até 2035.

Considerando tal cenário, no próximo dia 21, enfermeiras e enfermeiros obstetras e obstetrizes de todo o Brasil farão a marcha do Movimento Nacional Pelo Parto Humanizado. Na capital paranaense, o evento será no Museu Oscar Niemeyer a partir de 14 horas.

Na programação haverá espaço para falas de profissionais que acompanham parto que, além das enfermeiras obstetras, conta com a presença de doulas, médicos, famílias e políticos engajados nos direitos das mulheres.

“Será um dia histórico, de luta e, também, uma grande festa para celebrar nossa força, consciência e voz”, observa a enfermeira obstétrica Marcele Rabelo, que está na organização do evento em Curitiba. Os profissionais contam que o objetivo do movimento é lutar pelos direitos das mulheres sobre seus próprios corpos, bem como pedir por um fim às perseguições de conselhos médicos aos profissionais que fazem assistência ao parto domiciliar planejado e seguro.

Além disso, a luta também é pela autonomia da Enfermagem Obstétrica na assistência ao parto, que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é a maior colaboradora para a redução de cirurgias cesarianas desnecessárias e de seus riscos associados. O objetivo é que as pessoas grávidas participem de maneira informada e ativa das decisões sobre condutas que envolvam seus próprios corpos, para reduzir o risco de sofrerem violência obstétrica.

Comparando o ambiente domiciliar ou às casas de parto ao nascimento em hospitais não há evidências científicas que comprovem que o ambiente hospitalar é o mais seguro e adequado para o atendimento de partos de risco habitual (baixo risco). Tais gestações configuram 85% dos casos, de acordo com a presidente da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras, Elisiane Bonfim.

Evento organizado nacionalmente
Este evento nacional é um desdobramento da união de profissionais da Obstetrícia articulados para combater a perseguição que as enfermeiras obstetras Heloisa Lessa e Halyne Limeira estão sofrendo pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ), por exercerem suas funções prescritas pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN).

A idealização da marcha surgiu a partir de um grupo de enfermeiras e enfermeiros obstetras e obstetrizes de todo o Brasil que atendem parto domiciliar planejado, e ganhou força após uma reunião organizada durante o Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal (Cobeon), em fevereiro de 2024.
Foi então que o corpo do movimento cresceu, incorporando parteiras tradicionais, doulas, médicas e médicos obstetras que apoiam a causa e a medicina baseada em evidências científicas, gerando mobilizações em todas as capitais do Brasil.

Estão sendo convidadas gestantes, famílias e todas as pessoas que lutam para que as escolhas das mulheres e pessoas com útero sejam respeitadas, em relação ao seu corpo, seu parto e sua dignidade.

SERVIÇO
O que: Movimento Nacional Pelo Parto Humanizado – Curitiba
Quando: 21 de abril de 2024, domingo, a partir das 14 horas
Onde: Gramado do Museu Oscar Niemeyer.
Entrada: Gratuita