Dois presos foram decapitados na rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC), (região Oeste), que começou por volta das 6h30 deste domingo (24), segundo o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen). De acordo com o órgão vários presos estão feridos e dois agentes penitenciários são feitos reféns. O Depen e a polícia negociam com os presos, mas não há previsão de término da rebelião.

Pelo menos quatro detentos foram jogados do telhado enquanto outros foram agredidos com pedaços de paus. Não há informações sobre feridos, mas 60% do presídio está tomado pelos amotinados, segundo a Secretaria de Justiça. Os rebelados atearam fogo em colchões e subiram no telhado dos pavilhões, onde estenderam uma faixa da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Os presos reclamam de más condições do presídio e de uma suposta agressividade dos agentes. Eles exigem a presença de um desembargador do Tribunal de Justiça e da imprensa dentro do presídio. Um juiz da Comarca de Cascavel está no local tentando negociar com eles. O Pelotão de Choque da Polícia Militar está no local. A energia elétrica foi cortada pela Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica).

Do lado de fora, centenas de familiares aguardam com ansiedade o desfecho do motim. Muitos rezam, enquanto outros choram. A mulher de um detento, que preferiu não ser identificada, disse que a situação deles no presídio é degradante, a comida servida é de péssima qualidade, não há material de higiene e os presos são agredidos por agentes penitenciários.

Segundo o Depen, um dos mortos é o ex-policial civil suspeito de encabeçar um esquema de furto e desvio de peças de veículos apreendidos que ficavam no pátio 15ª Subdivisão Policial, descoberto no dia 2 de julho. O Corpo de Bombeiros também confirmou que atendeu uma vítima com ferimentos graves. O homem, de 23 anos, foi levado para o Hospital Universitário.

A rebelião teve início no momento em que um agente foi entregar o café da manhã aos detentos. O trinco da grade estava serrado, o que permitiu aos presos puxarem o agente para dentro e darem início à rebelião. Ainda segundo o advogado, apenas dez agentes estavam de plantão no presídio que é ocupado por mais de mil presos.

Os detentos invadiram o telhado da penitenciária, queimaram colchões e hastearam bandeira de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios no país. Na confusão, eles chegaram a jogar outros detentos do alto do telhado.