A Arteris, operadora de concessões de rodovias no Brasil, inaugurou ontem a última etapa da duplicação de pista do trecho da Serra do Cafezal, na BR-116. Com a implementação de um total de 30,5 quilômetros que conectam os municípios de Juquitiva (SP) e Miracatu (SP), a expectativa é que se elimine o ‘gargalo dos gargalos’ da Rodovia Régis Bittencourt, responsável por fazer a ligação entre Curitiba e São Paulo.
De acordo com Rubem Penteado, engenheiro, consultor e assessor de assuntos técnicos do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), a obra era uma reinvidicação que existia desde a década de 1990. Segundo ele, como não há outra opção viável de ligação para quem segue da região sul rumo ao norte do país, qualquer acidente que ocorresse na rodovia — antes com pista simples — interrompia o transporte de carga em alguns dos sentidos.
Com essa rodovia mais moderna vamos ter, primeiro, uma redução nos acidentes, eliminando o apelido triste que ela tem de ‘rodovia da morte’. E o segundo benefício é eliminar as interrupções, que aconteciam quase todos os dias na Serra do Cafezal, aponta Penteado.
Segundo o engenheiro, o trecho era considerado o ‘gargalo dos gargalos’ da rodovia. A Régis Bittencourt, entre São Paulo e Curitiba, já é ela toda um gargalo, e esse trecho na serra era o principal desses vários gargalos da rodovia.
Num dia normal, ainda de acordo com Penteado, um veículo poderia levar, numa situação ideal, aproximadamente uma hora para superar a Serra. No caso de algum imprevisto, contudo, chegava a três ou quatro horas a demora. Então com certeza vamos ter um ganho de tempo, que vamos testar agora de quanto será. Mas certamente teremos um ganho significativo, principalmente porque vai ter menos engarrafamentos e interrupções.
A Arteris, por sua vez, aponta que com a duplicação completa, a rodovia Régis Bittencourt, principal eixo logístico entre as regiões Sul e Sudeste do Brasil, se consolida como corredor privilegiado para a entrada e saída de mercadorias para o País e o Mercosul. Por dia, segundo a operadora, uma média de 127 mil veículos trafegam pelas seis praças de pedágio ao longo da rodovia, sendo 60% deles caminhões, o que demonstra a vocação para o avanço do setor produtivo e das relações comerciais.

Túneis, viadutos e pontes também estão no pacote

Além da duplicação da pista, as obras na BR-116 também contemplam a entrega de 39 pontes e viadutos e de quatro túneis de última geração, com moderno sistema de automação e segurança, que inclui ventilação, iluminação, sistema de prevenção e mitigação de incêndios, escoamento inteligente de fluídos inflamáveis e dispositivos de comunicação como call boxes e autofalantes.
Para além da melhora logística do transporte de cargas, a entrega, segundo a Arteris, também faz a rodovia despontar como uma nova opção de acesso a pontos e destinos turísticos em municípios da região do Vale do Ribeira e dos litorais paulista, paranaense e catarinense, promovendo aumento de fluxo de veículos e, por consequência, maior desenvolvimento socioeconômico e de negócios nessas localidades.

Acidentes caíram 50% entre 2010 e 2016

A duplicação da Serra do Cafezal visa também proporcionar melhores condições viárias de segurança ao usuário. Entre 2010 e 2016, por decorrência de investimentos em dispositivos de segurança e aumento de capacidade viária, além de programas de educação e conscientização dos usuários sobre comportamento adequado no trânsito, verificou-se uma redução de mais de 50% nas fatalidades ocorridas na rodovia.
Especificamente na Serra do Cafezal, onde estão os trechos mais sinuosos da rodovia Regis Bittencourt, também é verificado decréscimo. Houve redução de 26,5% no percentual geral de acidentes e de 47% de vítimas fatais para o mesmo período. A preservação da vida é um dos principais valores da Arteris, sendo o propósito que nos move diariamente no sentido de buscarmos reduzir continuamente as fatalidades em nossas rodovias, diz Díaz.