Curitiba retoma vacinação de reforço anticovid a partir de hoje (Franklin de Freitas)

A taxa de letalidade da Covid-19 despencou no Paraná ao longo do último ano. Segundo dados da Secretaria da Saúde (Sesa-PR), em 2022 o estado registrou um recorde de diagnósticos do SARS-CoV-2, com três vezes mais casos confirmados do que no primeiro ano de crise sanitária, em 2020. Ainda assim, o número de óbitos causados pela doença despencou e teve redução de 85% na comparação com 2021, o ano mais trágico da pandemia entre os paranaenses.

O levantamento, feito com informações extraídas dos informes epidemiológicos divulgados diariamente pela Sesa, revela que em 2022 foram registrados 1.258.861 casos de Covid-19 no Paraná. O valor supera os registros de 2021 (1.178.435) e 2020 (413.412), estabelecendo um recorde no período pandêmico.

Por outro lado, o número de óbitos provocados pelo novo coronavírus, de 4.808, foi o menor para um ano desde o início da crise sanitária. Em 2020, por exemplo, haviam sido divulgados 7.912 óbitos. No ano seguinte, que foi também o com mais mortes na pandemia, houve 32.753 falecimentos.

Com mais casos e menos mortes, a taxa de letalidade do SARS-CoV-2 também despencou. Em 2020 havia sido de 1,9%. No ano seguinte, com o agravamento do quadro sanitário a partir do surgimento de novas variantes (principalmente no primeiro semestre do ano, quando a vacinação contra o novo coronavírus ainda era incipiente), deu um salto para 2,8%. Mas em 2022, com o avanço da imunização, a letalidade foi de apenas 0,4%.

Pelo segundo ano consecutivo, todos os 399 municípios paranaenses informaram casos confirmados clinicamente ou laboratorialmete de Covid-19. Entretanto, 34 cidades não registraram qualquer óbito por causa da doença pandêmica – no ano anterior, apenas sete municípios não haviam informado falecimentos por Covid-19.

As cidades que não tiveram mortes por Covid-19 no último ano são as seguintes: Balsa Nova, Porto Amazonas, Sengés, Mallet, Foz do Jorão, Marquinho, Rio Bonito do Iguaçu, Virmond, Cruzeiro do Iguaçu, Enéas Marques, Flor da Serra do Sul, Ramilândia, Serranópolis do Iguaçu, Rancho Alegre D’Oeste, Esperança Nova, Indianópolis, Amaporã, Cruzeiro do Sul, Jardim Olinda, Nova Aliança do Ivaí, Paranapoema, Santa Mõnica, Ivatuba, Nossa Senhora das Graças, Santa Inês, Rio Bom, Nova América da Colina, Santa Amélia, Santo Antônio do Paraíso, Barra do Jacaré, Conselheiro Mairinch, São Pedro do Iguaçu, Arapuã e Nova Tebas.

Surgimento da ômicron e mais de 720 mil casos em dois meses
O recorde de diagnósticos de Covid-19 em 2022 está diretamente associado ao surgimento da variante ômicron do SARS-CoV-2, descoberta no final de 2021 e que passou a circular fortemente pelo Brasil no começo de 2022. Prova disso é que os dois meses com mais casos de Covid-19 no Paraná desde o início da pandemia são janeiro e fevereiro do ano passado. Nesses dois meses, foram registrados 728.565 casos da doença no estado, o equivalente a 57,9% do total de diagnósticos divulgados pela Sesa ao longo de 2022.

Por outro lado, os momentos mais críticos da pandemia ficaram reservados ao ano de 2021, que teve um total de 32.753 falecimentos provocados pelo coronavírus. Os cinco meses com mais mortes por Covid-19 no Paraná, inclusive, pertencem a tal ano, com abril de 2021 tendo o recorde de 5.654 óbitos.

Municípios da Grande Curitiba apresentam as menores taxas de incidência e mortalidades
Analisando-se os dados das 22 regionais de saúde que organizam o território paranaense, verifica-se que a regional Metropolitana – que engloba os municípios que compõem a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) – teve um desempenho destacado no enfrentamento da crise sanitária. Isso porque a Grande Curitiba (como também é conhecida a região) teve a menor taxa de incidência da doença e a segunda menor taxa de mortalidade.

Com 224.135 casos confirmados, a RMC fechou 2022 com 6.068 diagnósticos de Covid-19 por 100 mil habitantes, a frente de União da Vitória (8.870) e com incidência bem inferior à média do estado (10.931).
Além disso, também foram registrados 1.055 falecimentos nos municípios da Grande Curitiba, com taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) em 28,6. Apenas Ivaiporã (que tem uma população de 127.237 habitantes, bem menos que os 3.693.891 moradores da RMC) teve uma taxa de mortalidade menor, de 25,9.

Os números da pandemia de Covid-19 no Paraná, ano a ano
2022

Casos: 1.258.861
Mortes: 4.808
Letalidade: 0,4%
2021
Casos: 1.178.435
Mortes: 32.753
Letalidade: 2,8%
2020
Casos: 413.412
Mortes: 7.912
Letalidade: 1,9%
Meses com mais casos de Covid-19 no Paraná
Janeiro de 2022: 371.896
Fevereiro de 2022: 356.669
Março de 2021: 198.303
Julho de 2021: 190.455
Maio de 2021: 145.558
Meses com mais óbitos por Covid-19 no Paraná
Abril de 2021: 5.654
Março de 2021: 5.019
Julho de 2021: 4.505
Junho de 2021: 4.267
Maio de 2021: 4.018

2º reforço
Capital retoma vacinação

No retorno do recesso, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba volta a convocar um novo grupo para a aplicação da 4ª dose da vacina anticovid. Nesta semana serão atendidos de forma escalonada, de hoje a sexta-feira, os nascidos entre o segundo semestre de 1997 e segundo semestre de 1998.

A 4ª dose equivale ao 2º reforço para os vacinados na 1º dose com Pfizer, Astrazeneca e Coronavac. Para os vacinados com o imunizante da Janssen na 1ª dose, a 4ª dose equivale ao 3º reforço.
Para receber a dose de reforço é preciso ter tomado a 3ª dose há 120 dias ou mais.

Hoje, serão vacinados os nascidos no segundo semestre de 1997. Amanhã, será a vez de quem nasceu no primeiro semestre de 1998. Na sexta-feira, estão convocados os nascidos no segundo semestre de 1998.
Com as novas convocações, a aplicação da 4ª dose da vacina contra a Covid-19 atingirá pessoas com 24 anos ou mais.
Novos grupos serão chamados conforme a disponibilidade de doses.