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Quatorze pessoas foram presas nesta manhã de terça-feira, 28, pela Polícia Civil do Paraná (PCPR), que está nas ruas cumprindo mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos na operação “Peça Chave”. As investigações apuram diversos crimes praticados por pessoas ligadas à empresa JMK, responsável pela manutenção de veículos oficiais do Estado do Paraná. A atividade criminosa estaria ocorrendo desde o início da execução do contrato. O prejuízo aos cofres públicos é estimado em mais de R$ 125 milhões. 

Ao todo, há 15 mandados de prisão temporária e 29 mandados de busca e apreensão, de acordo com a Polícia Civil. Outras ordens judiciais determinam o bloqueio de contas bancárias, além da apreensão de 24 carros de luxo que era usados pela organização criminosa.

Mais de 100 policiais civis participam da operação, com o objetivo de cumprir 15 mandados de prisão temporária e 29 mandados de busca e apreensão, em Curitiba. Também estão sendo cumpridas ordens judiciais para bloqueio de contas bancárias e apreensão de 24 veículos de luxo utilizados pela organização criminosa. Os mandados foram expedidos pela 8ª Vara Criminal de Curitiba.

Ao todo foram apreendidos 16 veículos, sendo Hyundai ix35, Jeep renegade, Jetta, Mercedes Bens GLE350D, Mercedes bens C180FF, Mercedes bens AMG GLC43, BMW M2, Jeep Compass, Fiat argo, Jeep renegade, Land rover discovery, Fiesta, Audi Q3, Mercedes, BMW x5 e Porsche.

Também foram cumpridas ordens judiciais para bloqueio de contas bancárias e apreensão de 24 veículos de luxo utilizados pela organização criminosa. Os mandados foram expedidos pela 8ª Vara Criminal de Curitiba.

A investigação da PCPR aponta que os responsáveis pela JMK, teriam estabelecido uma sistemática que envolvia a falsificação e adulteração de orçamentos de oficinas mecânicas, de modo a elevar o valor do serviço prestado, provocando superfaturamentos que chegam à 2450%. Além disso, utilizariam peças do mercado alternativo, de qualidade e preço inferior, na manutenção de ambulâncias e viaturas policiais, cobrando do Estado como se fossem peças originais.

Os líderes do esquema teriam criado uma complexa estrutura, que envolve “laranjas”, dezenas de familiares e empresas de fachada, para ocultar e dissimular a origem criminosa do dinheiro.

Segundo as investigações, a organização criminosa teria praticado os crimes de fraude à licitação, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, inserção de dados falsos no sistema, fraude na execução do contrato e lavagem de dinheiro.

Nota de esclarecimento da empresa JMK

A empresa JMK, por meio de uma nota, afirmou que o “sistema implantado pela JMK no governo do Paraná conta com grande transparência e economia, o que contraria muitos interesses que estavam estabelecidos antes da assinatura do contrato.”

Ainda segundo a empresa, a manutenção da frota estava centralizada em apenas 37 oficinas. Hoje são 1088 em todo o estado.

“No ano anterior a entrada da JMK (2013), o Paraná gastou R$ 71 milhões na manutenção da frota. No ano passado, o valor ficou em R$ 43 milhões. Ao longo do contrato foram economizados mais de R$ 60 milhões dos cofres públicos”, diz.

Ainda conforme a empresa, antes da JMK, a ordem de serviço era iniciada com apenas um orçamento. “Hoje são três que entram no sistema para escolha dos gestores. Todo processo é acompanhado online pelo TCE, que tem a senha do sistema.”

A empresa finaliza a nota informando que todas estas informações estão documentadas e serão levadas à Justiça, “comprovando que o trabalho da JMK sempre foi realizado totalmente dentro da lei.”