Ameaçado de ser tragado pela nova onda Lula, Beto Richa (PSDB) adotou em seus últimos programas um discurso absolutamente esquizofrênico. Em um momento, o tucano diz que o Paraná não precisa depender do governo federal. No outro, destaca as obras feitas em parceria com a União em Curitiba. Um hora, diz que a maioria das obras do PAC no Paraná estão paradas. Na outra, aponta os projetos realizados com recursos do programa na Capital. Na propaganda de ontem, o candidato do PSDB mimetizou a estratégia fracassada pelo presidenciável de seu partido, José Serra, de tentar mostrar intimidade com o presidente Lula, afirmando que hoje todos são amigos do presidente. É evidente que a estratégia de Richa é tentar brecar o crescimento de seu adversário, Osmar Dias (PDT), obtido graças a associação com o petista. A atitude do tucano, porém, acaba dando a impressão de que ele está sofrendo da síndrome de biruta de aeroporto, a mesma que andou aliás impingindo a seu oponente. Resta saber como essa esquizofrenia vai afetar a imagem do tucano junto ao eleitorado.
Não fecha I
Richa colocou no ar imagens de reunião no Madalosso na terça-feira. No programa, o tucano afirma ter o apoio de 236 prefeitos. Como o adversário afirma ter o apoio de mais de 200 prefeitos, vai faltar município, já que o Estado só tem 399 prefeituras.
Não fecha II
O candidato do PSDB disse ter atendido 30 mil famílias com os programas habitacionais em Curitiba. Os movimentos de sem-teto contestam. Dizem que não passaram de 3 mil moradias feitas em sua administração. E lembram que mais de 80 mil famílias ocupam terrenos irregulares na Capital.
Apelação
No esforço de mostrar afinidade com o governo federal, Richa apelou até para gravação antiga do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, falando sobre o andamento das obras com recursos da União em Curitiba. E disse que o governo Lula tem sido um nosso grande parceiro. Mais um pouco e vai imitar Serra, colocando Lula em seu programa.
Nunca mais
Osmar Dias exibiu imagens da caminhada na Boca Maldita no sábado, e de debates em que ele participou nos últimos dias. No dos professores, afirmou que o Estado não pode voltar ao tempo do governo Lerner, apoiado pelo adversário, em que a educação foi terceirizada.
Ajeitado
O candidato do PDT também voltou a explorar a proximidade com a virtual presidente eleita, Dilma Rousseff. É como eu falo para o povo lá na região. Vamos votar do mesmo lado para ficar mais ajeitado, diz um militante, em depoimento ao programa.
Primogênito
Um dos destaques do programa de Osmar foi a filha Rebeca Dias, em inauguração do comitê da Cultura. Divido você com esse Estado há 28 anos. Sei o quanto você ama o Paraná. Já senti muito ciúmes desse primogênito, brincou, emocionada.
Sinceridade
Rebeca relata que chegou a duvidar da possibilidade do pai conseguir fechar a aliança para ser candidato. E que chorou por isso.
Fracasso
Falando sobre segurança, o PCB afirma que de nada adianta contratar mais policiais e construir mais penitenciárias. Se soluções tecnicas resolveriam os Estados Unidos seriam o paraíso. Mas com 5% da população mundial, o País tem 25% da população carcerária, relata o partido.
Tabu
Os comunistas também reclamam que o PCB não tem deputado federal há 18 anos. Pela propaganda do partido – deprimente de tão chata – vai continuar sem.
Guerrilha
José Serra voltou à carga explorando as acusações que derrubaram ontem a ministra da Casa Civil, Euníce Guerra. Lembrou que ela era o braço direito de Dilma Rousseff, que por sua vez, substituiu José Dirceu. E exibiu gravação da solenidade em que Dirceu entrega o cargo à sucessora, chamando-a de minha camarada de armas.
Terrorismo
O tucano também apontou manchetes da imprensa em que José Dirceu teria aberto o jogo e dito que com Dilma, o PT terá mais poder do que com Lula.
Fora do ar
Já não bastasse ter pouquíssimo tempo no horário eleitoral, o PCO ainda perdeu parte de seu programa para um direito de resposta do PSDB. Que contestou informações sobre a Petrobras.