No último dia do espaço reservado para os programas dos candidatos ao governo, ontem, todos os principais concorrentes ao Palácio Iguaçu usaram imagens do debate da última terça-feira à noite. Gleisi Hoffmann (PT) destacou as acusações de que o governador Beto Richa (PSDB) não cumpriu suas promessas de campanha e seu discurso final, no qual pediu apoio para levar a disputa para o segundo turno. O tucano, por sua vez, aproveitou trechos nos quais ressaltava que o Estado é reconhecido como um dos melhores ambientes para negócios e investimentos no País, e ressaltou ter demonstrado porque lidera todas as pesquisas. Roberto Requião (PMDB) selecionou o momento em que acusou o governador de hipocrisia por supostamente posar de bom moço enquanto leva ao ar seu companheiro de partido, o ex-governador Orlando Pessuti (PMDB), para lhe dizer desaforos.

Insones
Obviamente que todos garantem ter vencido o confronto, mas para os que tiveram a coragem de ficar acordados até a 1 hora da manhã, a sensação que ficou, mais uma vez, é de mais do mesmo, pois a preocupação dos candidatos parece sempre ser muito mais a de desconstruir os adversários do que mostrar o que efetivamente eles podem fazer para melhorar a vida dos cidadãos.

Parcelado
Requião não anda de bem com a Justiça Eleitoral mesmo nessa campanha. Ontem, perdeu quase metade do tempo na propaganda gratuita de ontem à noite por conta de uma ação de Beto Richa, por usar o horário do candidato ao Senado. Como a propaganda já está no fim – pelo menos no primeiro turno – se não houver segundo turno, do jeito que vai, o peemedebista vai ficar devendo para a campanha que vem.

#chatiados
Já os candidatos dos pequenos partidos, provavelmente sem verba e estrutura para editar as imagens do debate à tempo de colocar no ar no programa, usaram seus espaços para se despedirem do eleitor. Todos na base do fiz o que pude, apesar da falta de dinheiro e de tempo no horário eleitoral.

Rábula
Tulio Bandeira (PTC) repetiu frase que já havia dito no debate. Disse que por ser advogado está acostumado a pegar procuração e resolver o problema das pessoas. Só não explicou porque, então, responde tantos processos judiciais, como apontou Gleisi, no primeiro confronto, em agosto, na Band TV.

Teta
Geonísio Marinho – o maratonista e dono de farmácia – encerrou dizendo que a teta é boa e que coragem tem nome: esse sou eu, afirmou modestamente.

Currículo
Dilma Rousseff, defendeu em seu programa na noite de terça-feira, a mudança curricular do ensino médio com a redução do número de disciplinas e a atualização dos temas de estudo. A presidenciável também propôs que a reprovação dos estudantes passe a ocorrer somente por disciplina, para que não seja necessário repetir o ano.

No ataque
Dilma também mostrou trechos do debate exibido pela TV Record no último domingo, quando questionou Marina Silva (PSB) sobre seus votos contra a CPMF no Congresso. E também a pergunta que fez a Aécio Neves (PSDB) sobre a privatização da Petrobras.

Sentimental
Em queda nas pesquisas e sob o risco de perder a vaga no segundo turno para o tucano, Marina voltou a apelar para o sentimentalismo, imagens da família de Eduardo Campos, morto em agosto em acidente aéreo. Além de mostrar trecho de discurso de Campos, a propaganda teve a participação da viúva, Renata Campos, e de seu filho João Campos, de 20 anos.

Psicografado
Marina reprisou o discurso de Campos em que ele cunhou a frase Não vamos desistir do Brasil. Em seguida, sua viúva lembrou frase que ele costumava dizer. Parece que eu estou escutando ele dizer […]: ‘não existe nada mais poderoso que uma ideia cujo tempo chegou’. E a sensação que eu tenho é que esse tempo chegou, disse Renata Campos.

Banho
Aécio também focou em trechos do debate de domingo. Exibi imagem de jornal que publicou artigo afirmando que o tucano deu um banho em Dilma durante o debate. Em seguida, mostrou trecho em que ele questionava Dilma por conta das denúncias de corrupção na Petrobras.

Maioridade
Sabendo que a causa tem apelo popular, Aécio também reprisou trecho em que ele defende a redução da maioridade penal para os casos de crime hediondo.