Amanhã é o último dia em que os candidatos ao governo contarão com espaço para seus programas no horário eleitoral. A propaganda segue até a quinta-feira, mas os concorrentes ao Palácio das Araucárias só terão oportunidade de pedir votos na TV e no rádio nas inserções espalhadas pela programação. Todos menos um: Beto Richa (PSDB). O tucano foi punido exemplarmente pela Justiça Eleitoral, por desrespeitar ordem judicial anterior que já lhe havia proibido de utilizar as inserções destinadas aos candidatos ao Senado e a deputado para atacar Osmar Dias (PDT). Ontem, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PR) confirmou a decisão, o que praticamente tira o tucano da propaganda política até o final da campanha. E ainda lhe aplicou uma multa de R$ 500 mil em caso de nova desobediência. O que mais chama a atenção nessa história é a forma como o comando de campanha de Richa se comportou, não só utilizando o espaço dos outros candidatos da coligação irregularmente, como ainda tentando ludibriar o eleitor para que ele não pudesse identificar o autor dos ataques. Atitude que pode custar caro ao tucano, não só por conta das multas e da perda de espaço na propaganda, mas principalmente, na forma de rejeição do eleitorado por esse tipo de artimanha.

Subterfúgio
Não é só na campanha televisiva que o candidato do PSDB usa de subterfúgios para engabelar o eleitorado. Chamada de primeira página de seu site oficial continua alardeando que desde o início da campanha eleitoral, Beto Richa lidera todas as pesquisas de intenção de voto divulgadas no Paraná. E reproduz números do Ibope do início do mês.

Barreira
Richa não diz que desde então, nenhuma outra pesquisa foi divulgada, porque ele recorreu à Justiça para barrá-las. Atitude que coincidiu com o momento em que a diferença entre ele e Osmar Dias vinha caindo. Ontem, o PSDB conseguiu barrar nova pesquisa, do Datafolha.

Pout pourri
No programa de segunda-feira à noite, Osmar fez uma espécie de pout pourri de trechos de programas já exibidos anteriormente, com um resumo de suas propostas. Destaque também para depoimentos de beneficiários de programas sociais como o Bolsa Família e de escolas integrais.

Apagão
Osmar também repetiu a reprodução de notícias sobre o apagão das pesquisas no Paraná provocado por Beto Richa. E depoimentos de eleitores questionando a atitude do adversário. Enquanto ele esteve bem, as pesquisas eram ótimas, elogiáveis. Que ele não goste eu até entendo. Agora proibir que eu conheça e tenha acesso a informação, eu acho que ele não tem esse direito, disse o professor Jairo Pacheco. 

Emotivo

Beto Richa repetiu pela enésima vez seu périplo pelo exterior como prefeito de Curitiba. Depois, declamou um longo texto tentando parecer mais emotivo do que o costume, falando sobre o gigante Paraná, com direito a trilha sonora sensível com instrumentação de piano e cordas sintetizadas. Pareceu forçado.

Memória seletiva
Depois de tanto criticar o fato do adversário se amparar nos aliados, em especial o presidente Lula, Richa tentou capitalizar para si a memória da fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns. E apelou novamente para a lembrança do pai, José Richa. Que em toda a sua carreira política, nunca impugnou pesquisas, nem atacou os adversários.

Coerência
Richa pregou substituir a briga pelo diálogo, e as falsas promessas por conversa franca. Chegou tempo de olharmos para o futuro, desafios precisam de uma visão nova, disse. Pena que as práticas políticas de sua campanha estejam longe de serem novas, pelo contrário, cheiram ao século passado. 

Velório
O programa tucano também veiculou um novo jingle. A música, arrastada, fala em Paraná que eu sou. Parece trilha de velório.

Hipocondríaco
José Serra parece cada vez mais candidato a ministro da Saúde. Ontem, deixou de lado as denúncias contra Dilma Rousseff para voltar ao tema. Destacou obras e programas que Serra implementou quando ocupou na pasta da Saúde, e Planejamento durante o governo Fernando Henrique, como obras de saneamento no Nordeste e a construção ou reforma de 300 hospitais.

Diferente
Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) investiu na comparação entre as propostas dos candidatos. Estamos na reta final e agora é a hora em que você faz a diferença, defendeu.