Os parlamentares brasileiros adoram inventar leis restringindo as liberdades públicas. Nossos representantes vivem propondo proibições draconianas que atingem toda sorte de setores da sociedade. Mas quando o assunto são os políticos e suas campanhas eleitorais, a coisa muda de figura. Já que são tão ciosos do futuro da nossa juventude e da proteção dos menores de idade, os deputados e senadores poderiam, por exemplo, começar proibindo o uso de crianças na propaganda eleitoral. Afinal, os pequenos não tem condições de escolher por conta própria se querem estar ali apoiando esse ou aquele candiddato. E não deveriam ter sua imagem exposta para fins eleitorais de candidatos que depois de adultos, eles provavelmente rejeitariam. Em alguns países da Europa é proibida qualquer tipo de publicidade comercial que use imagens de crianças. Se é assim com produtos de consumo e serviço, deveria ser muito mais ainda para questões políticas, que envolvem convicções pessoais. Criança não é militante, não deve ser explorada em benefício de candidatos e grupos políticos.

Show de horrores
Quem acha a propaganda eleitoral do Paraná bizarra precisa assistir a de São Paulo. O show de bizarrices exibido em especial pelos candidatos a deputado paulistas faz a propaganda política paranaense parecer muito bem comportada. No programa de ontem, por exemplo, o ex-boxeador Maguila (PTN) apareceu dando murros em um saco de pancadas com a imagem do outro candidato a deputado federal, Tiririca (PP), depois de dizer: chega de palhaçada.

Idealista

Luiz Felipe Bergmann (PSol) também teve ontem seu momento esta é sua vida. O programa contou que o candidato nasceu em uma colônia, viveu no cantão da roça, virou auditor fiscal, tem um bom emprego e nem por isso deixa se preocupar com a justiça social.

Moral baixa
Marina Silva (PV) diz que agora até as crianças entraram para convencer seus pais seus tios e avós a votar em um projeto que constroi seu futuro aqui agora. Pelo desempenho delas nas pesquisas, os apelos dos pimpolhos não estão surtindo muito efeito.

Metralhadora
Avanilson (PSTU) conta que o governo Jaime Lerner, com o apoio do deputado Beto Richa, fez uma dívida de R$ 5 bilhões com a privatização do Banestado. E aponta que Lerner, Requião, Beto e Osmar não governam para os trabalhadores, mas para os capitalistas e grandes banqueiros.

Memória
Se Osmar Dias não passa um programa sem falar em Lula, Beto Richa não desgruda dos feitos do pai, José Richa. No programa de ontem à tarde, disse que o Richa pai implantou 54 patrulhas motorizadas quando governador, mas que nas administrações seguintes, elas viraram sucata. Só esquece de dizer que o próprio Richa pai ajudou a eleger o sucessor Alvaro Dias, e apoiou a eleição de Jaime Lerner.

Falha nossa
O candidato tucano também promete cuidar bem das estradas. Pena que não fez o mesmo pelas ruas de Curitiba quando prefeito.

Desdém
Richa segue desdenhando do apoio do governo federal. Que história é essa de que o Paraná tem que estar de joelhos pro Brasil, que tem de pedir conselhos. O Brasil é que tem que dizer muito obrigado Paraná, disse, em gravação de reunião motivacional de sua campanha no Madalosso.

Dualismo
Elcio Jaime (PSC) diz:  uma coisa é certa não vou envergonhar o povo paranaense. Duarte (PSC) prega: pela moralidade amor e paz.

Regra três
Lineu Tomass (PMN) conta que foi candidato ao governo do Estado, mas agora concorre a deputado estadual. É que o partido o rifou para apoiar Beto Richa.

GLTBS

Claudinha (PSTU) cita que a Argentina legalizou a união civil para casais do mesmo sexo. E que o Paraná é o Estado que mais assassina homossexuais.

E os nomes do dia: Cheiroso (PT do B), Toninho do Papelão (PMDB): de Ponta Grossa e região.

Localizado
O ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMDB) não perdoa: diga não a quem não fez direito, afirma, sobre Richa, apontando que tem até sinaleiro debaixo de viaduto na marechal.

Vaticínio
E finalmente alguém falou uma verdade no horário eleitoral. A maior responsabilidade dos políticos que não cumprem seus compromissos é do eleitor que vende o seu voto, diz o Professor Adauto (PT)

Pragmatismo
Alvejado pelas denúncias de funcionários fantasmas na Assembleia, o presidente da Casa, Nelson Justus (DEM) tenta mudar o foco, e apela para o pragmatismo do eleitorado. Pergunte ao seu candidato o que ele fez para você, seu municipío, sua região. Eu tenho essa resposta, garante.