Gov. Beto Richa, retratos

O governador Beto Richa (PSDB) recusou hoje a proposta da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, de reajuste salarial do funcionalismo dividido em 3,45% para pagamento em outubro e 4,56% em dezembro, o que garantiria a reposição das perdas inflacionárias de 8,17% ainda em 2015. Richa insistiu que o máximo que o governo pode atender é o que foi proposto na semana passada, de aumento de 3,45% dividido em três vezes entre setembro e outubro deste ano, e outros 8,5% da inflação estimada para 2015, a ser pago em janeiro de 2016, com antecipação da data-base do funcionalismo de maio para janeiro. Segundo ele, é com essa proposta que o governo continua trabalhando. “O que nós apresentamos já é o resultado de aprimoramento de proposta anteriores”, argumentou.

Como não há acordo com o funcionalismo, porém, os deputados da base governista já avisaram que não votarão esse projeto. Com a decisão do governo, o impasse com os servidores permanece, e a tendência é de continuidade da greve dos professores – que já dura mais de um mês – além de outras categorias – como professores de universidades estaduais, servidores da saúde. O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), reafirmou que enquanto não houver um acordo, a nova proposta do governo não será colocada em votação. Também não será votado os projetos de reajuste de 8,17% para os servidores do Tribunal de Justiça e do Ministério Público, retroativo a maio. “Enquanto não houver entendimento não vamos submeter à votação. É o desejo dos parlamentares da base do governo”, disse Traiano. “Da minha parte não há outra proposta. Lamentavelmente a radicalização não vai levar a lugar algum. O governo disse que não tem condições de chegar a esse número. O secretário da Fazenda (Mauro Ricardo Costa) diz que os valores não podem ser cumpridos este ano”, afirmou.

O governo trabalha hoje com a perspectiva de desgaste dos servidores – em especial dos professores – em razão do risco de comprometimento do ano letivo da rede pública estadual – para vencer o funcionalismo “no cansaço”. A avaliação é de que a opinião pública, que inicialmente apoiava a greve, tende a se voltar contra os servidores, a medida que o tempo passa e aumenta o prejuízo para os estudantes, principalmente os que estão no ensino médio e devem prestar o Enem ou concorrer a vestibulares este ano ou no ano que vem.