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O Grupo SHC, que também importa e comercializa automóveis da JAC Motors no Brasil, apresentou no dia 11 de abril, uma nova linha de modelos urbano de ônibus 100% elétricos da marca chinesa Ankai para ser vendido no País. Serão oferecidas diferentes versões, desde um micro de seis metros de comprimento, até um urbano convencional, de 12 metros, passando por opções de 8 e 10 metros de comprimento.

O modelo apresentado, o OE-12, com carregamento Plug-In, tem estrutura monobloco Low Entry, com piso baixo nas portas de acesso e na porta do meio, e piso elevado na parte traseira, onde está instalado o powertrain do veículo.

Segundo Vagner Rigon, diretor de operações da Ankai no Brasil, os modelos apresentados têm como grande diferencial em relação aos ônibus elétricos comercializados atualmente no Brasil o fato de serem até duas toneladas mais leves. Com isso, podem transportar mais pessoas e consumir menos bateria.

Os ônibus Ankai serão importados de acordo com a demanda. O modelo de 12 metros está em fase de homologação pela SPTrans e deverá iniciar os testes de campo proximamente. A empresa informa que está apresentando o veículo em outras cidades, como Curitiba.

O ônibus elétrico Ankai OE-12 possui PBT de 19 mil kg e capacidade para 32 passageiros sentados e espaço para um PCD. É equipado com eixos dianteiro e traseiro Dana, assim como motor elétrico Dana de potência máxima de 245 kW e potência 3,329 Nm e oferece autonomia de até 350 quilômetros.

Sem apoio do governo, eletrificação é inviável

O presidente da JAC no Brasil, Sergio Habib, usou um ônibus Ankai para transmitir aos jornalistas informações sobre a importância dos veículos elétricos para o mercado brasileiro, que considera um produto com muitas virtudes, como a preservação do meio ambiente, pela emissão zero de poluentes, o silêncio de funcionamento, a baixa manutenção e o conforto para motorista e passageiros.

Habib reconhece que os veículos elétricos têm preço de aquisição superior aos dos ônibus movidos a diesel, com valor correspondente a mais do que o dobro e que, por esse motivo dependerá de investimento dos governos, pois as operadoras não têm recursos financeiros para adquiri-los e fazer a necessária manutenção.

Sem o apoio dos governos, o valor das passagens precisa ser atualizado, o que faria os clientes procurarem outro meio de transporte. Ou seja, sem a participação das entidades públicas, como feito na Colômbia e no Chile, onde estão as maiores frotas de ônibus elétricos da América do Sul, e sem a participação das entidades oficiais dos governos, os ônibus elétricos não terão o êxito desejado.

Outro aspecto mencionado por Sérgio Habib é ausência de infraestrutura, o que compromete a forte adoção dos veículos elétricos. Lembrou que como o Brasil não tem tradição no uso de veículos elétricos, o carro elétrico, neste momento, é de uso limitado para a prestação de serviços em centros urbanos porque os limites da autonomia são adequados para os serviços de distribuição de produtos e que, no encerramento das atividades, podem ser reabastecidos durante a noite para uma nova jornada de trabalho.