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Eu sofri bullying quando era criança até a minha adolescência, apesar de na época esse tipo de assédio moral não ter nome. Sofria bastante, porque pra mim era incompreensível o porque as crianças enchiam meu saco pelo fato de eu usar óculos, ou pelo fato de eu ser estrábica. Ora ficar me chamando de vesga e quatro olhos era tão idiota quanto me xingar de menina, eu era mesmo vesga e usava mesmo óculos. Os meninos se achavam geniais e eu achava eles uns babacas.

Na época as escolas não davam muita bola pra isso, achavam que era coisa de criança, fazia parte da infância derrubar a auto estima do amiguinho (isso eu tinha de sobra, batia em todo mundo, afinal, não via absolutamente nada de errado em mim).

Hoje graças a pessoas de bom senso existem campanhas contra o bullying, principalmente nas escolas.

Como mãe tento orientar meus meninos a me contarem quando ficam chateados com algum comportamento de algum colega na escola, fico de olho quando estão chateados e vou na escola falar com as coordenadoras quando eles me passam alguma informação.

Eu me preocupo muito se meus filhos sofrem com esse tipo de assédio, porque sei o quanto é pesado e triste que as pessoas nos enxerguem apenas com um tipo de olhar e não nos compreendam como um todo, causa um imenso vazio.

Vezes ou outra escuto por aí que antigamente não existia bullying, que antigamente que as crianças que eram felizes, brincavam livremente, que isso é pura frescura. Fico P na hora e já me intrometo e ainda pergunto se a pessoa provavelmente era a que sacaneava os amigos. Logicamente o indivíduo entra na defensiva e argumenta que não é bem assim, que era tudo diversão.

Pois bem, diversão ou não, acho que temos que educar os nossos filhos a respeitarem o outro, como um ser diferente, que as diferenças são boas, ensinar a ser tolerante, respeitoso e ter compaixão, só assim podemos criar um mundo melhor, talvez para os nossos netos, onde tenhamos menos preconceito e fundamentalismos.