Outro dia vi um post em um blog de uma mãe como nós onde ela lamentava ter perdido oportunidades de empregos por ter dois filhos pequenos, de 6 e 8 anos. As empresas alegavam que ela não poderia viajar, embora ela nunca tenha dito isso. Pensei comigo, será que realmente ainda existe esse tipo de preconceito nas empresas? Conversei com umas amigas aqui e lá e cheguei à triste conclusão de que realmente existe, principalmente em alguns segmentos, como vendas que exigem viagens ou profissões ligadas à saúde, quando há esquema de plantões. As empresas alegam que as mães faltam (?) muito ao trabalho e são impedidas de viajar.

Não encontrei muitas pesquisas sobre o tema. Achei uma pesquisa de 2009 da Catho confirmando o preconceito.  A sondagem, feita entre março e abril de 2009, identificou aumento no número de selecionadores de pessoal com objeções a contratar mães de crianças nessa faixa etária. Segundo o levantamento, feito via internet com 16,2 mil pessoas de todo o país, em 2009, 50,6% dos participantes com cargo de presidente ou diretor de empresas manifestaram algum grau de objeção ante 39,7% observados há oito anos. Entre os gerentes e supervisores a parcela foi de 42% em 2001 para 46,9%.

Trabalho há 20 anos em jornalismo e há 14 anos estou no time das mães. Agora tenho 3 filhos. Minha carreira, coincidentemente, deu um salto justamente depois que virei mãe. Sinto que o fato de eu ser mãe me ajudou a tomar decisões mais rápidas, desenvolver projetos e principalmente estar antenada em todas as faixas etárias, o que em jornalismo, é importante. Nunca tive problemas com plantões e as crianças entendem e sempre recebo propostas de trabalho e nunca senti nenhum preconceito quanto a ter filhos.

Não consigo entender de que forma o fato de ser mãe atrapalhe em qualquer função. Também acho que se fala pouco sobre isso, afinal é um preconceito e dos grandes.