Conhecido pela língua azul e pelagem de leão, sua fama não é das melhores quando o assunto é temperamento canino. Muitos lhe conferem o título de bravo, estressado, temperamental, com direito a recusas em alguns pet shops. Quem tem, garante que a fama não reflete o “amor de bichinho” que pode ser um chow chow. Lindo e fofíssimo com certeza ele é.
Conversei com o zootecnista, professor da PUCPR e especialista em comportamento animal, Paulo Parreira, que conta um pouco sobre o comportamento da raça.
– O que é possível dizer sobre o temperamento desta raça? É uma raça que, quando bem socializada e está dentro de uma família estruturada, dócil e muito apegada aos donos. Tem um forte senso de proteção e guarda.
– Dá para traçar um perfil? É indicado para quem tem crianças? Em minha opinião, todo cão desde que bem tratado, educado e com limites bem definidos, pode conviver com crianças. Obviamente que algumas têm uma maior facilidade para suportar brincadeiras. O importante é também orientar as crianças sobre os limites e como respeitar o cão, evitando assim conflitos e acidentes.
– É uma raça fácil para adestrar? São inteligentes? Este tema é complicado. Existem alguns rankings de aprendizagem, que eu não concordo muito. Obviamente que raças selecionadas para trabalho junto ao homem (pastoreio e caça), foram arduamente selecionadas, o que confere a estas uma maior “facilidade” para o aprendizado. O Chow é visto como um cão que não aprende tão fácil, quase que refratário. É uma raça mais primitiva, que exige maior conhecimento e definição de limites claros, sem violência, por parte do dono ou adestrador. Não indicada para donos inexperientes.