O Poderoso Chefinho, animação que estreia nesta quinta-feira (30) em Curitiba, é mais profunda do que parece. Num primeiro momento, a história é narrada pelo menino Tim, que leva a vida que todo menino pediu a Deus. Até que um irmãozinho mais novo chega à sua casa. De repente, Tim se vê relegado; os pais não mais vão cantar para ele à noite, os pais não mais o escutam como antes, os pais reprimem qualquer sentimento negativo em relação ao irmão mais novo. Para piorar, o bebê Chefinho se comporta como o dominador da casa. Mais que isso, ele usa terno, tem uma valise e dá ordens furiosas ao telefone. Ao melhor estilo “chefão” do pedaço.

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Em parte, isso é uma realidade para quaisquer pais que se prezem. A chegada de uma criança muda totalmente o cotidiano. A ordem na decoração de uma casa dá lugar ao caos, com brinquedos, chupetas e afins espalhados por todos os cantos. As prioridades mudam totalmente. Se há um filho mais velho, é inevitável que ele perca espaço. O amor dos pais é infinito, mas o tempo não é. As horas disponibilizadas para o filho mais velho caem pela metade. No mínimo.

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A trama vai além disso. O Chefinho é, na verdade, não um mafioso que quer tomar conta do pedaço. E sim uma mistura de agente secreto e empresário que quer defender seus interesses. Os interesses, no caso, são uma questão de mercado. Um conglomerado promete colocar no mercado o cãozinho mais fofo de todos os tempos, que fica com aparência de filhote para sempre. Com cãezinhos assim, os adultos podem perder o interesse em ter bebês. Acabaria o amor pelas crianças em todo o mundo.

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Dessa forma, Tim e Chefinho forjam uma aliança bizarra. O mais velho promete ajudar o bebê chefinho em seus propósitos de sabotar o lançamento do cãozinho. Em troca, o bebê promete sumir do mapa e deixá-lo como única criança na casa. A união improvável rende muitas risadas para as crianças. Para os adultos, há muitas referências a clássicos do cinema, como Caçadores da Arca Perdida, Matrix e O Senhor dos Anéis, para citar alguns. Há, também, o inevitável escancaramento da realidade de se ter filhos.

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