A coluna Toda Política desta segunda-feira no JE.
A pesquisa de intenção de voto do Instituto Alvorada, divulgada no sábado, mostra um Beto Richa (PSDB) quase imbatível na corrida eleitoral de Curitiba. Em seis cenários apresentados aos entrevistados, o prefeito lidera com folga em percentuais que variam de 62,4% a 70,5% diante do máximo de 12 adversários e do mínimo de quatro, respectivamente. A levar-se em conta a margem de erro da pesquisa de 3,4% para mais ou para menos, e os oito pontos percentuais que separam o menor índice e o maior índice alcançado pelo tucano estariam quase no limite do empate técnico numa disputa imaginária contra ele mesmo.
Considere-se ainda que no sexto cenário apresentado aos 800 entrevistados pelo Alvorada, Richa amealha 70,5% dos votos justamente contra seus principais adversários: a petista Gleisi Hoffmann e o peemedebista Carlos Augusto Moreira. O quarto postulante nesse quadro é o pré-candidato Melo Viana (PV), cuja aparição se justifica porque a pesquisa foi feita por encomenda de seu partido. Nestas condições, Gleisi soma 10,8% das intenções de voto, Melo Viana, 1,6% e o Moreira, 1,4%. Repare: o pré-candidato peemedebista, que vive dilema shakespeariano na reitoria da UFPR, sequer consegue somar mais votos que o representante do nanico PV.
A essa altura, os próceres e magos de campanha estão à beira de um ataque de nervos. No PMDB, aventou-se a possibilidade do deputado Carlos Simões, pré-candidato pelo PR, vir a integrar a chapa encabeçada por Moreira. Homem da “Casa do Povo” e da distribuição de dentaduras e cadeiras de rodas, Simões tem índice de rejeição que atinge 24,4% ante 12,8% de Ratinho Jr. e 6,1% de Beto Richa. Se Simões abraçar-se a alguém, portanto, será o abraço de afogado.
Ontem, na tentativa de levantar o moral da militância petelha diante do resultado desanimador de Gleisi Hoffmann na pesquisa, o vereador e presidente do PT de Curitiba, André Passos, saiu-se com essa: “O resultado da pesquisa quebra um mito (sic) e há que se considerar que Requião e Lula ainda não entraram na campanha”. Pelo jeito, Passos sonha com um “viagra” político. Quaquaquá.
Claro que o jogo só acaba quando termina. A primeira pesquisa eleitoral do ano, ainda que encomendada por um partido, só reforça o favoritismo do prefeito Beto Richa, além de expôr tragicamente a campanha da petista Gleisi Hoffmann, que julgou, lá com seus botões, que sua votação expressiva na campanha ao Senado a habilitaria a concorrer à prefeitura de Curitiba. “Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”, diria o filósofo de mercearia.
Há duas previsões na crista da onda. Uma diz respeito ao fato de Gleisi ter personificado o voto “Cacareco” na disputa com Alvaro Dias (PSDB) em 2006. Quase confirmada.
Outra, assinada pelo ministro peemedebista Reinhold Stephanes (Agricultura) em março deste ano, mira um Beto Richa “imbatível”. A se confirmar.
Foi boa, vai
O governador Requião voltou a atacar. Em Guarapuava, há duas semanas, um repórter perguntou qual era o relacionamento dele com o deputado Artagão Jr. (PMDB). Requião tascou: “É sexual”. Quaquaquá.
Sobrou
Sem emplacar na mídia, a petista Gleisi Hoffmann decidiu tirar o sofá da sala. Rompeu o contrato com a empresa de Comunicação que a acompanhava desde a disputa ao Senado.
A praça é nossa
Superintendente da Polícia Civil e pré-candidato a vereador, Valdir Bicudo (PPS) está “vendendo” um projeto de revitalização das praças na capital. Diz que visitou 40 e as encontrou em petição de miséria.
É homenagem…
Especializado em direito eleitoral, o advogado Guilherme Gonçalves irá receber o título de Vulto Emérito de Curitiba por proposição do vereador tucano Jair Cézar.
…mas tem preço
Detalhe: Gonçalves é o defensor do parlamentar no processo que ele responde por “infidelidade partidária”.
ARREMATE
O PMDB vai enfiar a viola no saco?
OBLADI-OBLADÁ
Os funcionários do gabinete do deputado Augustinho Zuchi (PDT) sofrem um bocado. O parlamentar só bebe em copo de plástico, lava as mãos por qualquer motivo, recusa-se a dividir o mesmo aparelho de telefone e só senta em cadeiras previamente higienizadas. *** “No Brasil, só as crianças, os idiotas e os petistas são inimputáveis” (Reinaldo Azevedo).
