A Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom) faz todos os anos uma análise do setor da comunicação e publica o Anuário Brasileiro da Comunicação Corporativa. No material a Associação reúne informações de diversas agências de todo o Brasil, traçando um perfil do mercado de comunicação. Neste ano o anuário compilou uma série de dados interessantes e confirmou uma tendência que vem sendo delimitada há alguns anos: o setor está cada vez mais forte e consolidado.
Na pesquisa foram entrevistadas 357 agências de comunicação. Dentre os principais questionamentos foram verificadas informações como faturamento anual, número de colaboradores, de cliente e tempo de atuação das empresas no mercado.

Cerca de 52% das empresas foram fundadas a partir de 2000 e 29% estão há mais de 12 anos atuando no setor, o que demonstra a estabilização das agências no mercado. Foi com a virada do milênio que as novas tecnologias começaram a ganhar espaço e modificaram o trabalho de comunicação. A partir dessa época, a produção de notícia ficou muita mais dinâmica e o relacionamento das empresas com a imprensa também. A necessidade de ter um profissional que conseguisse transpor a barreira entre empresa e veículo de comunicação se tornou uma realidade. Com isso, foi possível perceber que as agências começaram a se consolidar no mercado, passando a fase considerada mais difícil do negócio: os dois primeiros anos da sua criação.

Outro ponto importante verificado no estudo é que, mesmo a maioria das agências sendo consideradas de pequeno porte (76,2%), o faturamento de muitas chega a ser de até R$ 2,4 milhões por ano. Nada comparado aos setores campeões de faturamento como o financeiro e o imobiliário, mas isso é um sinal do pleno crescimento da comunicação corporativa. Como exemplo podemos verificar algumas empresas que, sozinhas, faturaram mais de R$ 100 milhões ao ano.

Com relação ao índice de contratações, 73% das assessorias mantêm um quadro de até 20 funcionários. Mesmo sem números oficiais é notório que categorias como a de jornalistas têm as agências como um destino profissional, realidade também enfrentada pela maioria dos profissionais da área.

Por isso a atividade exerce um papel bastante importante, não somente na questão de frente de trabalho mas, também, de auxiliar as redações com sugestões de notícias relevantes, prestando o serviço de comunicar as massas. Além disso, a valorização da imagem de muitas empresas só se concretizou de fato após a delimitação de um trabalho integrado e sério de comunicação.

O setor continua ganhando destaque a cada ano, pois os números mostram um crescimento contínuo da área. De acordo com o anuário, aproximadamente 65% das agências possuem até 20 clientes, um número relativamente alto se considerado que a maioria é de pequeno porte. Aliás, 18% trabalham com parcerias internacionais, mostrando a visibilidade das empresas brasileiras no exterior.

Para 2012, o movimento de expansão deve continuar no mesmo patamar de 2011. Segundo a pesquisa, a estimativa é de que o setor tenha um crescimento de aproximadamente 20%. Isso demonstra o bom momento enfrentado pela comunicação corporativa e a mudança de visão de muitas organizações, que começaram a se interessar e investir neste tipo de trabalho.

Karin Villatore é jornalista, diretora da Talk Assessoria de Comunicação e professora universitária. Trabalha há 21 anos com Jornalismo