No início do Campeonato Paranaense, o Coritiba era apontado como principal favorito ao título de campeão. Afinal, pôde manter a base do time do ano passado e tentou se reforçar. A notícia ruim era ausência do craque Alex. Mas mesmo assim poderia ser um laboratório para o Brasileirão. Desta forma, largava na frente na disputa do Estadual.
Aliado a esse favoritismo, o Coritiba verificava que seu principal concorrente, o Atlético Paranaense, mais uma vez dava as costas para as disputas e centrava sua preparação para o Campeonato Brasileiro e fazia sua pré-temporada na Europa. Desta forma tudo seria muito fácil. Mentira.
O Atlético sucumbiu com seus próprios erros. Aquele time que alternou altos e baixos no ano passado também fora mantido na sua maioria. Tinha tudo para fazer um bom papel. Entretanto, fez uma péssima campanha e por detalhe não foi rebaixado. Teve de ressurgir das cinzas para se manter na elite do futebol paranaense. Cometera os mesmos erros de sempre, ou seja, uma rotatividade de treinadores. Não estava satisfeito com Claudinei Oliveira e o demitiu. Chega Enderson Moreira e não deu certo. Então, a opção foi contratar um misto de treinador “Meio maluco, Meio gênio”. Milton Mendes chegou a meio à desconfiança de seus torcedores e em pouquíssimo tempo já é odiado por muitos. Contratar jogadores de peso nem pensar (e nem estou me referindo ao Walter). Aquela historia de investir no futebol mais uma parece ter ficado nos devaneios do seu presidente.
O Paraná Clube, como sempre nos últimos anos, não passava de uma incógnita. Qual seria o sério objetivo no estadual? Por mais que a gente se esforçasse, jamais teríamos condições de saber o que o Tricolor iria fazer na competição. Deu no que deu: um time fraco que não chegou às semifinais.
Com tudo isso, quem levou vantagem foi o grande Operário Ferroviário de Ponta Grossa. Com toda sua organização e simplicidade, sagrou-se o legitimo Campeão Paranaense.
Brasileirão
Nesse final de semana já vai começar o Campeonato Brasileiro. Sinceramente, não sei o que esperar do Trio de Ferro nas competições nacionais.
Você que gosta de futebol pode estar se perguntando: que Paraná Clube será esse que entrará em campo contra o Ceará na Vila Capanema? Como em anos anteriores, o Campeonato Estadual não serviu como laboratório e com certeza veremos a montagem do segundo time na temporada, no comando do seu segundo treinador. Aliás, o Paraná está entregue em boas mãos para a Série B. Nedo Xavier tem feito bons trabalhos e conhece bem a segunda divisão.
No caso do Coritiba, sem dúvida, quando se perde um jogo, como o Coritiba perdeu do Operário, em duas jornadas melancólicas, as cobranças são mais intensas, pois ficam mais evidentes todas as fragilidades que o time possui, as quais não são segredo para ninguém. Então, para disputar o Campeonato Brasileiro, o Coritiba é um time fraco, mesmo que os seus números tenham sido considerados bons no Campeonato Paranaense.
E o Atlético Paranaense mais uma vez será uma aposta. É sempre muito difícil fazer uma projeção do time rubro negro. Atualmente, são três times dentro do clube. Vamos lembrar: o primeiro é aquele que se preparou na Espanha e fez fiasco quando atuou, tanto no Paranaense quanto na Copa do Brasil. Tem o “famigerado sub 23”. O que falar desse time que iniciou os trabalhos? Esse grupo teve sua atuação abortada por ação da sua presidência. Não pode mostrar sua real qualidade. Tem também o terceiro time, que, apesar de ter enfrentado um time desfigurado, no caso o Nacional de Rolândia, deixou uma boa impressão.
Então, o que nos cabe é esperar. Possivelmente, dos três grupos apresentados seja possível montar um time para se manter na Série A do Campeonato Brasileiro.
Edilson de Souza é jornalista e sociólogo
