BRASILIA, DF (FOLHAPRESS) – Em debate promovido nesta quarta-feira (21) no Senado, autoridades, especialistas e representantes do setor de comunicação defenderam o fortalecimento do jornalismo profissional ante a disseminação de notícias falsas propagadas na internet.
No plenário do Senado, convidados analisaram o impacto da distribuição das chamadas “fake news” nas eleições de 2018.
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral Tarcísio Vieira afirmou que o fenômeno é motivo de imensa preocupação pela dificuldade de lidar com o problema. “No contexto das eleições, o poder destrutivo das informações falsas é indiscutível”, disse.
O diretor da Sucursal da Folha de S.Paulo em Brasília, Leandro Colon, disse que o momento exige que o jornalismo profissional seja fortalecido.
“Nunca o jornalismo profissional foi tão necessário como hoje em dia”, afirmou.
Segundo Colon, os veículos de imprensa profissional também estão sujeitos a erro, mas, nesses casos, disse, há mecanismos legais que preveem reparação de danos, o que não ocorre no caso das “fake news”.
“Na maioria das vezes, não sabemos a origem, de onde veio, nem o objetivo”, disse.
Para o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, Paulo Tonet Camargo, não há melhor forma de verificação de uma notícia do que o jornalismo. Ele defendeu que os veículos propagadores de informações falsas sejam responsabilizados.
O promotor de Justiça Frederico Ceroy, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, sugeriu que o Brasil se inspire na Alemanha, que implementou normas para coibir a disseminação de notícias falsas.
“É uma legislação que vai responsabilizar quem? As plataformas de tecnologia. Eu acho que é um grande erro a gente tentar responsabilizar o usuário que está compartilhando isso”, afirmou.
Na opinião do presidente do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, Murillo de Aragão, há a necessidade de aprimorar a legislação, mas “isso não quer dizer que possamos admitir a censura”.
No começo do mês, o Conselho de Comunicação do Congresso decidiu criar uma comissão para analisar as propostas que tramitam na Câmara e no Senado sobre combate às “fake news”.