Do início de 2017 para o início de 2018, a Prefeitura de Araucária viu dobrar o número de alunos inscritos em seu Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado – Transtorno Global do Desenvolvimento (CMAEE-TGD). O Centro, vinculado à Secretaria Municipal de Educação (SMED), é referência em atendimento a alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), conhecido como Autismo, e Transtornos de Conduta (TC). Há um ano, eram 76 alunos atendidos em período de contraturno escolar; hoje são 162 inscritos.

O forte aumento na procura pelo atendimento pedagógico levou a Secretaria Municipal de Educação a aumentar o número de turmas no CMAEE-TGD. As turmas de Educação Infantil subiram de 4 para 6, as de TEA de 6 para 9 e as de Transtorno de Conduta de 2 para 4. Segundo a coordenação do Centro, é comum aparecer casos novos todo dia no local; algumas vezes, a família já chega com o laudo médico constatando a TEA. Neste ano, o CMAEE-TGD precisou mudar para um prédio mais amplo para melhor atender a essa demanda de alunos. Ele está na avenida Archelau de Almeida Torres nº 1411, na mesma quadra da Escola Municipal Archelau de Almeida Torres.

PRECOCE

A grande procura por inscrições no CMAEE-TGD pode ser explicada pelo diagnóstico cada vez mais precoce do TEA. Seja dentro das estruturas da Educação ou da Saúde, o trabalho de investigação tem confirmado novos casos cada vez mais cedo. O diagnóstico precoce é muito importante porque, o quanto antes a gente intervir, é melhor para a criança e o estudante chegarem ao ensino regular, explicou a coordenadora do CMAEE-TGD Marília de Fátima Cordeiro Ribeiro.

Desde 2011, a Prefeitura de Araucária mantém este centro educacional especializado voltado para alunos com Autismo e Transtorno de Conduta. O Centro é parte de um conjunto de ações da Prefeitura para dar o suporte necessário a esses alunos no ensino regular. No CMAEE-TGD, o foco do trabalho é exclusivamente pedagógico e busca desenvolver a comunicação e interação social dos alunos. Em média, um aluno com autismo frequenta o CMAEE-TGD duas vezes na semana, em período de contraturno escolar. No local, os profissionais utilizam metodologias variadas que levam em conta a necessidade e o perfil do aluno. O trabalho realizado no local explora as sensações, a concentração e o trabalho em grupo (interação). O CMAEE-TGD atende a alunos a partir da educação infantil.

APOIO

Já na sala de aula, o aluno com Autismo pode contar com um profissional de apoio para lhe auxiliar na rotina escolar (mediante avaliação criteriosa da necessidade). O aumento surpreendente no número de alunos diagnosticados com autismo tem feito com que a Secretaria Municipal de Educação se empenhe ainda mais para garantir esse tipo de apoio a todos que, de fato, precisarem. Outro especto importante neste trabalho é o professor itinerante. Cabe a este profissional fazer o contato entre o CMAEE-TGD e a unidade escolar visando manter as duas instituições bem informadas sobre a rotina, as necessidades e o desenvolvimento de cada aluno acompanhado.

O CMAEE-TGD realiza encontros mensais (coordenados por uma psicóloga) com pais de alunos. O objetivo é a cada mês debater sobre um tema e relevância e esclarecer dúvidas. A participação dos pais e responsáveis na rotina dos alunos é fundamental para o sucesso das ações. Um trabalho psicopedagógico também vem ocorrendo com os alunos e suas famílias visando estreitar vínculos e garantir maior entendimento sobre a importância de desenvolver a comunicação do aluno em casa, na escola e também no CMAEE-TGD.

SEMINÁRIO

A Secretaria Municipal de Educação de Araucária está com inscrições abertas (até 25 de março) para o II Seminário Autismo e Inclusão: Educando na Diversidade. Podem se inscrever professores da rede municipal, pais de alunos com autismo e acadêmicos de pedagogia da Facear. Os professores farão a inscrição via Portal do Professor (mediante CPF e senha individual). Já os pais poderão se inscrever na sede do Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado – Transtorno Global do Desenvolvimento (CMAEE-TGD) e os acadêmicos da Facear na instituição onde estudam.