O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, é uma espécie de “fenômeno ao contrário” dessa eleição. O tucano tem o maior tempo na horário eleitoral, a coligação com o maior número de partidos e apoios, dinheiro e de longa, a propaganda mais bem produzida e elaborada. Mesmo assim, a candidatura de Alckmin não sai do lugar. Ciro Gomes (PPS), por exemplo, cuja coligação é minúscula, não tem dinheiro e possui apenas 38 segundos no programa eleitoral, tem feito muito mais barulho e ocupado muito mais espaço no debate presidencial do que o ex-governador de São Paulo. Fernando Haddad (PT), que assumiu ontem a cabeça de chapa da coligação petista, já avança rapidamente na disputa. Até Marina Silva (Rede), que também tem um tempo exíguo no horário eleitoral, e anda sofrendo com o avanço de Ciro sobre o eleitorado de centro-esquerda, consegue atrair mais atenção do eleitorado que o tucano. 

Não cola
O mau desempenho de Alckmin na disputa comprova que, apesar de ser importante, e dependendo das circunstâncias, determinante, tempo de televisão e dinheiro não é tudo em uma campanha eleitoral. Principalmente quando o candidato não ajuda. O discurso de Alckmin é monocórdico, e sua pregação moralista não cola diante das acusações cada vez mais graves de corrupção que pesam sobre seu partido e seu grupo político. 

Arsenal
No programa de ontem, a campanha de Alckmin exibiu mais uma peça superproduzida, tentando combater o clima de “ódio” do debate político do País. E repetiu o slogan adaptado após o ataque ao adversário Jair Bolsonaro (PSL). “Não é na bala nem na faca que vamos ter um País melhor”. 

Antecedentes
Ex-prefeito de Londrina cassado em 2012 sob a acusação de improbidade administrativa por manter um esquema de compra de apoio político na Câmara de Vereadores da cidade, Barbosa Neto (PDT) tenta voltar à cena política como candidato a deputado federal. “Estou de mãos limpas”, diz ele em sua propaganda. 

Ladainha
Os candidatos a dep utado federal e estadual do PT repetem todos os dias praticamente o mesmo texto, em formato de jogral. Dizem que os parlamentares do partido foram contra as reformas de Temer e o ajuste fiscal do governo Beto Richa, mas que foram derrotados por serem minoria. 

Contradição
A senadora Gleisi Hoffmann, agora concorrendo a uma vaga na Câmara, também participa do jogral, alegando que “a maioria dos partidos das grandes coligações” que apoiam outros candidatos votaram a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Esquece de dizer que boa parte dessas legendas integrou coligações e governos liderados pelo PT antes que a sigla fosse atingida pela avalanche de acusações de corrupção dentro da operação Lava Jato e outras investigações. 

Padrinho I
Mesmo depois do PT ter oficializado a substituição de Lula por Fernando Haddad como candidato do partido à presidência, o ex-presidente segue como a estrela principal da propaganda da legenda. Depoimentos de Lula continuam abrindo o programa e sendo largamente utilizados para tentar “colar” a imagem do líder petista à do ex-prefeito de São Paulo. 

Padrinho II
Quem vê o programa do candidato do MDB à presidência, Henrique Meirelles, pode achar que o ex-ministro da Fazenda é que é o candidato do Lula e não Haddad. Meirelles explora a imagem do petista o tempo todo em sua propaganda. Já Temer não dá as caras no programa do emedebista. 

Havan
Campeão de bizarrices na disputa presidencial, o candidato do Patriota, cabo Daciolo, divulgou vídeo nas redes sociais em frente a uma loja da rede Havan, prometendo derrubar as famosas réplicas da estátua da liberdade que são marca da empresa. “Vai sair uma por uma”, diz o candidato no vídeo, alegando que se quiserem manter as estátuas em solo brasileiro, os Estados Unidos terão de fazer estátuas brasileiras em mesmo número no território norte-americano.