Nesta semana, Curitiba viu o número de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus mais que dobrar. Também nesta semana, a secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak, deu mais de uma vez bronca nos curitibanos, especialmente os mais jovens, por desrespeitarem as medidas de distanciamento e isolamento social, enquanto o Rafael Greca, em mais de uma ocasião, alertou sobre a possibilidade de decretação de um lockdown, pedindo para que a população fosse inteligente e colaborasse.

Ao que tudo indica, porém, os apelos não foram suficientes para algumas pessoas compreenderem a importância de, num momento como este, permanecer em casa. E mais uma prova disso foi vista na noite desta sexta-feira (12 de junho), no Largo da Ordem. Como se pode ver pelas imagens acima, a noite do Dia dos Namorados bombou no Centro Histórico da cidade, com grande aglomeração de jovens na rua, especialmente em frente aos movimentados bares da região.

Curiosamente, ainda no início da pandemia, quando a adesão ao isolamento social foi maior, o Bem Paraná também fez uma outra reportagem mostrando o Centro Histórico. Na ocasião, um domingo, o local estava vazio, ao ponto de o jornal afirmar que pontos turísticos haviam virado ‘zonas fantasmas’.

Desde então, porém, o discurso do governo federal se tornou dissonante em relação às iniciativas dos executivos municipais e estaduais – o primeiro defendendo o fim do isolamento e os outros pedindo para a população ficar em casa. Além disso, nas últimas semanas, mesmo em meio à escalada de casos, governadores e prefeitos não conseguiram mais segurar a pressão pela reabertura do comércio. No Paraná, por exemplo, academias, igrejas, templos, shoppings e centros comerciais foram autorizados a voltar a funcionar.

Acontece, porém, que ao mesmo tempo em que a adesão ao isolamento social despenca, a média de casos novos por dia em Curitiba dispara.

“Triplicamos o número de casos de uma semana para cá”, lamentou a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, em livre transmitida na tarde de ontem. “Até 28 de maio, a média era de 12 casos por dia. A partir de então, número de casos triplicou. E o número de óbitos quase duplicou. Hoje é um dia difícil numa semana difícil. Estamos numa situação difícil em Curitiba”, disse.

No começo da semana, após episódios de desrespeito ao isolamento social registrados pela cidade – o mais conhecido deles no Mercado do Sal -, Huçulak já havia cobrado atitude por parte da população. “A situação está ficando complicada. Medidas drásticas podem ser tomadas. Alguns comerciantes parecem que não entederam o seu papel e a gravidade da situação”, disse ela na segunda-feira.