Geraldo Bubniak – Gastronomia: em expansão no Brasil

Em expansão no Brasil, os cursos de Gastronomia atraem estudantes para as cozinhas – e cozinheiros para a sala de aula. As graduações na área vão além do preparo para a prática e também focam no gerenciamento do próprio negócio, boas práticas e condutas. O primeiro curso superior de Gastronomia no Brasil foi aberto em São Paulo em 1999 e só agora está presente em todo o país. O perfil dos alunos varia. Atrai os mais jovens, que estão tendo o primeiro contato com a cozinha, aqueles que buscam na culinária uma forma de hobby, além dos que querem largar a carreira anterior e seguir trabalhando como cozinheiros. O fato é que a Gastronomia virou profissão e há cada vez mais campos e especialidades. O curso de graduação tem dois anos. “A característica principal é formar as diversas frentes. Gestão na segurança de alimentos, com cuidados na utilização correta de alimentos, gestão de resíduos, de nutrição, meio ambiente e logicamente todas as técnicas de preparo. Tem pessoas da área que são muito cuidadosas, claro, mas que também querem respaldo técnico”, explica Carmen Abourihan, coordenadora do curso na PUC-PR.

Entre os diferenciais do curso está a qualificação em boas práticas. “Quando a gente fala para os alunos sobre os porquês eles conseguem fazer com que essas boas práticas virem hábito; sobre o estudo que envolve um prato, se é autoral, se ele vai reproduzir um prato. Também tem disciplinas de gerenciamento, planejamento da vida profissional, ‘se for por esse caminho você pode proceder dessa forma’”, explica.

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Para os novatos na área, o curso também coloca o aluno em contato com o mercado. “Tempos ofertas de estágio e empresas renomadas e o restaurante escola, em que temos um chef que faz almoço para 40 pessoas e esses estudantes fazem junto o servimento do prato. A prática de planejamento do cardápio, entre muitas outras coisas, como no entendimento de toda a cadeia da alimentação. Mais 50% da grade é prática. A gente estuda todas as cozinhas, das clássicas às contemporâneas. Os profissionais formados, por exemplo, prestam consultoria para empresas de arquitetura e engenharia, já que é necessário saber qual é a disposição correta de uma cozinha. É preciso entender o fluxo de cada cozinha”, aponta.

O curso busca deixar o aluno em contato com a cultura que valoriza a alimentação. “A importância que a Europa dá para o alimento é muito maior e naturalmente surgiu essa demanda. Se estudou isso e se formatou o curso”, contextualiza.
No contato com o mercado, o aluno que apresenta um diploma certamente terá um diferencial, embora não seja a única qualidade exigida. “Aquele que apresenta esse diploma tem uma vantagem, claro, se tiver talento e dedicação. Isso também depende de cada um. Mas quando as pessoas veem um graduado é um diferencial. As empresas pedem e procuram pelo profissional graduado por entender que é um recurso. Na área de docência, claro, é exigida a formação”, explica.
O curso de cozinheiro oferecido pelo Senac em Curitiba, desde o início deste ano, passou a ser considerado de ensino superior, além do já oferecido de capacitação. De acordo com o Senac-PR, o objetivo do curso de Tecnologia em Gastronomia é formar não mais apenas o cozinheiro, mas também o gestor de todo o restaurante.

Onde estudar gastronomia em Curitiba

Onde: PUC-PR
Inscrições: vestibular de inverno e no início do ano
Duração: 2 anos
Quanto: mensalidade de R$ 1390,00

Onde: Senac-PR
Inscrições: início do ano
Duração: 6 meses
Quanto: mensalidade de R$ 1.200

O ‘BEM PARANÁ’ publica diariamente, de hoje até o dia 9 de julho, a série Profissões Criativas, com o objetivo de mostrar ao leitor uma nova visão e oportunidades no mercado de trabalho.
Textos: Narley Resende
Edição: Lycio Vellozo