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O julgamento (Foto: Franklin de Freitas)

O Ministério Público do Paraná (MPPR) e os advogados da família Brittes entraram com recurso de apelação contra as sentenças do Tribunal do Júri de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

O MPPR questiona as absolvições de David Willian Vollero Silva, Eduardo Henrique de Silva e Ygor King, além da pena de Cristiana Rodrigues Brittes. Os advogados de Edison Brittes questionam a pena de 42 anos, 5 meses e 24 dias de prisão. E a defesa de Cristiana e Allana devem questionar o Júri os crimes atribuídos a elas durante o julgamento.

As sentenças

O julgamento dos acusados de participar da morte do jogador Daniel Corrêa Freitas acabou no dia 20 de março no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Depois de três dias de julgamento, o Tribunal do Júri condenou Edison Brittes por todos os cinco crimes que ele era acusado de cometer, pegando 42 anos e 5 meses de prisão. Sua filha, Allana, pegou 6 anos e 5 meses de prisão e deverá cumprir a pena inicialmente em regime fechado. Já a mãe, Cristiane, foi condenada a seis meses de prisão, enquanto os outros quatro réus acabaram sendo absolvidos. Allana e Edison (filha e pai), inclusive, saíram do tribunal direto para a cadeia, levados em viaturas da Polícia Militar e da Polícia Penal, respectivamente. Allana, no entanto, foi solta no dia seguinte.

Confira como ficou a situação de cada um dos réus

Edison Brittes: pegou 42 anos e 5 meses de prisão.
Condenado por homicídio qualificado (com três qualificadoras: motivação torpe, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima); ocultação de cadáver; fraude processual; corrupção de menores; e coação no curso do processo (são cinco vítimas distintas deste crime e ele foi condenado nos cinco casos).

Cristiana Brittes: 6 meses de prisão
Condenada por fraude processual e corrupção de menores. Absolvida das acusações de homicídio qualificado (motivo torpe) e coação no curso do processo.

Allana Emilly Brittes: 6 anos e 5 meses de prisão, inicialmente em regime fechado.
Condenada por fraude processual; corrupção de menores; e coação no curso do processo (cinco imputações, condenada em todas)

David Willian Vollero Silva: absolvido das acusações de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação do cadáver

Ygor King: absolvido das acusações de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação do cadáver

Evellyn Perusso: absolvida da acusação de fraude processual

Recorde o caso

Com passagens por clubes como Botafogo, São Paulo e Curitiba, Daniel Corrêa Freitas jogava no São Bento (SP) quando veio a Curitiba para participar de uma festa de aniversário de Allana Brittes, numa casa noturna de Curitiba em 26 de outubro de 2018. Depois da balada, o jogador e outros amigos de Allana foram para a casa da família Brittes, em São José dos Pinhais, para dar continuidade aos festejos.

Na casa da família, porém, o jogador acabou fazendo fotos e mandou áudios para um grupo de amigos no WhatsApp se exibindo por estar na cama deitado ao lado de Cristiana Brittes, esposa do dono da casa, Edison Brittes. Depois disso, o marido acabou descobrindo as mensagens enviadas pelo atleta e teve início uma sessão de espancamento, com outros convidados da festa ajudando o pai de Allana.

Após as agressões, Daniel foi colocado dentro do porta-malas de um carro e levado até uma plantação de pinus na Colônia Mergulhão, na zona rural de São José dos Pinhais, onde o corpo foi encontrado na manhã seguinte ao crime por um morador da região. Além de ter sido espancado, Daniel foi parcialmente decapitado e teve o pênis decepado.