00441577
Urbs suspende medida que limitava número de utilizações de cartões de débito e crédito no transporte coletivo. Foto: Daniel Castellano / SMCS

Urbanização de Curitiba (Urbs) suspende a partir de 1 de maio a medida que limitava temporariamente a utilização de cartões de débito e crédito no transporte coletivo para uma vez a cada hora. Com o fim da limitação, voltará a ser possível passar até três passagens por viagem/por validador, com intervalo de 15 minutos para mais três utilizações nos pagamentos com cartões de débito e crédito físicos. 

Já os cartões virtuais, com pagamento por celulares e relógios inteligentes, deixam de ser aceitos temporariamente. A medida é necessária, segundo a Urbs, porque os cartões virtuais concentram a maioria das fraudes verificadas no sistema.

 

Fraudes nos pagamentos

A medida que limitava a utilização de cartões de débito e crédito passou a vigorar em fevereiro. Ela visava impedir a ação de um grupo criminoso ligado à venda irregular de passagens com pagamento por cartões de débito e crédito virtuais, que já provocou um prejuízo de mais de R$ 1 milhão ao transporte coletivo de Curitiba

O esquema criminoso veio a público em fevereiro e foi descoberto graças a uma ação integrada entre a Polícia Civil do Paraná (PCPR), a Urbs e a Guarda Municipal. As investigações continuam. 

“Em meados do ano passado detectamos através da nossa inteligência, que rastreia 100% do sistema, um movimento anormal no sistema de bilhetagem. Então, chamamos a Guarda Municipal, cruzamos os dados com imagens da Muralha Digital e acionamos, em outubro, a Polícia Civil. Graças a essa ação integrada, foi possível entender como funcionava a fraude”, disse o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto.

Os criminosos usavam uma engenharia social que simulava o pagamento da passagem por meio de celular e de um aplicativo e vendiam essas passagens aos usuários a preços mais baratos do que a tarifa, que é de R$ 6. 

O usuário era abordado, o criminoso se oferecia para pagar a passagem com celular em troca de um valor menor e o passageiro passava na catraca. “Eles ficavam com o valor pago pelo cidadão e a Urbs não recebia nada por transportar o passageiro”, explicou o presidente da Urbs.

A empresa orienta os usuários a não comprar passagens de terceiros. “A fraude prejudica o sistema e os usuários, causa desequilíbrio financeiro e pode encarecer a tarifa”, disse Maia Neto.