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Em um momento em que os casos de dengue atingem níveis alarmantes em todo o país, tutores de pets podem ficar em dúvida sobre os riscos em relação aos animais de estimação.  Eles estariam sujeitos à contaminação causada pelo Aedes Aegypti? O médico veterinário Frederico Crepaldi Nascimento explica sobre o assunto e alerta sobre as áreas litorâneas.

“É importante esclarecer que o Aedes aegypti não transmite a dengue para cães e gatos, pois esses animais não são os hospedeiros ideais para o vírus causador da doença”, alerta o médico veterinário e professor da Estácio Frederico Crepaldi Nascimento. Ele ressalta, porém, que o mosquito é o causador da dirofilariose, a doença do verme do coração. “Sendo que nas áreas litorâneas a incidência é mais comum da contaminação”, explica.

Prevenção – Consultas regulares preventivas com um médico veterinário são essenciais para garantir a saúde dos animais de estimação, principalmente para a população canina que vive em cidades litorâneas. 

O especialista lembra que é fundamental manter o calendário de prevenção com vermífugos específicos e seguir as orientações do médico veterinário sobre o uso de coleiras repelentes impregnadas com permetrinas. “Essas coleiras podem ajudar a proteger os animais contra os mosquitos Aedes Aegypti, Culex e até mesmo o Flebotomínio, transmissor da leishmaniose visceral canina”, reforça. 

Repelentes – Quanto aos repelentes, o veterinário enfatiza que é importante utilizar os produtos adequados. “Muitas pessoas optam por repelentes infantis devido à sua segurança, uma vez que esses produtos são desenvolvidos levando em consideração a pele sensível das crianças. É válido ressaltar que o uso contínuo de repelentes, que contêm substâncias químicas, pode não ser benéfico para a saúde do pet. O ideal é utilizar coleiras específicas para repelir diferentes tipos de insetos, como mosquitos e flebotomínios ou para combater pulgas e carrapatos. É importante ressaltar que nem todos os artrópodes (tipo de inseto vetor de doença) respondem da mesma forma aos mesmos venenos, portanto, existem coleiras direcionadas para repelir certos tipos de insetos”, destaca. 

“Quanto ao controle de ectoparasitas, como pulgas e carrapatos, é importante ter em mente que cerca de 95% deles estão presentes no ambiente. Portanto, ao tratar esses ectoparasitas, é necessário realizar também o tratamento do ambiente em que o animal vive”, recomenda o veterinário.

Nesse sentido, o médico veterinário recomenda buscar a ajuda de empresas especializadas em dedetização, que possuem os conhecimentos e produtos adequados para realizar o tratamento e evitar a intoxicação de pessoas e outros animais de estimação da família. “O controle efetivo de ectoparasitas requer um esforço conjunto, incluindo medidas de controle ambiental e o uso de produtos adequados para o animal”.

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Ninico de coleira protetora

O especialista destaca que o acompanhamento de um médico veterinário “é fundamental para garantir a segurança e eficácia dos tratamentos contra parasitas, bem como para obter orientações personalizadas de acordo com a condição do animal e do ambiente em que ele vive”

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Controlar insetos como o Culex e o Aedes, que se reproduzem em água parada, é de extrema importância para evitar a proliferação de vetores. “O esforço dos agentes de saúde, em conjunto com as prefeituras, realizando visitas e verificando as condições de saneamento nas casas e condomínios, é fundamental para prevenir o surgimento massivo desses insetos”, finaliza.

O Blog Papo Pet alerta que para evitar a proliferação do mosquito causador da Dengue, além das demais recomendadas pelo Ministério da Saúde, é importante lavar com escovinha e sabão neutro os potes de água e alimento dos cães e gatos, com frequência.

*Frederico Crepaldi Nascimento é formado em medicina veterinária pela UFMG, especialista em clínica médica de pequenos animais e parasitologia, mestre em ciência animal e doutor em ciências farmacêuticas. Foto: acervo pessoal

Fotos cães: Papo Pet