O pinguim imperador, pai 100% dedicado, sobre o qual não recai nem 1 milímetro de dúvidas, foi pego de calças curtas por uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia. Os cientistas, coordenados pelo professor Gerald L. Kooyman, dedicaram os últimos 20 anos à observação de um grupo de pinguins de Cape Washington, na Antártica, e descobriram o que nós, mães, já sabíamos desde sempre: não há santo neste mundo que consiga cuidar 24 horas por dia de sua cria sem algum descanso.

Explico: quem assistiu à Marcha dos pinguins (2005) sabe que o macho da espécie chega a passar mais de cem dias sem comer, paradinho, chocando e protegendo o ovo, tudo isso no inóspito inverno da Antártica. O que a equipe do Dr. Kooyman flagrou foram pequenas escapadas noturnas dos futuros pais para nadar e pescar. Em entrevista dada ao New York Times (no dia 9 passado) ele contou que, além de achar pegadas no gelo, chegou a presenciar o banho de mar de cerca de cem animais.

De minha parte não mudei a impressão que tive da espécie quando assisti ao documentário. Pelo contrário, o pinguim continua tendo 100% do meu respeito. Está certo, querido! É preciso fazer um intervalo, cuidar de outras coisas, de você, comer um peixinho, dar um mergulho. Apendamos com ele. Um viva ao pai suficientemente bom (e à mãe também)! Um viva ao imperador de verdade!

 

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