Imagem da audiência (foto divulgação)

Imagem da audiência (foto divulgação/Alep)

O líder do governo Beto Richa (PSDB) na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PMDB), assumiu ontem (12/4) o compromisso de resolver o pedido de redução de tributação sobre a comercialização de vinhos no Paraná, durante Audiência Pública realizada no Plenarinho da Assembleia. Em seu pronunciamento, o deputado enfatizou que o governador está ciente da insatisfação dos lojistas e empresários do setor. Romanelli afirmou que até o fim do mês de abril o governo terá uma resposta definitiva para a questão, acenando que as reinvindicações do setor serão acatadas.

Estiveram presentes os proponentes da Audiência Pública, os deputados Rasca Rodrigues e Evandro Araújo; o deputado Marcio Pauliki, presidente da Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda; e também os deputados Anibelli Neto e Claudio Palozi; Airton Hack, vice-presidente e coordenador do Conselho Tributário da Associação Comercial do Paraná; Jilcy Rink, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurante (Abrasel-PR); Marcelo Woellner Pereira, presidente do Conselho Estadual da Abrasel; Luiz Groff, proprietário da In Vino Veritas, representando os proprietários de lojas de vinhos; Cesar Heiden Júnior, proprietário da loja Queijos e Vinhos, representando os lojistas do Mercado Municipal de Curitiba; Pedro Correa de Oliveira, diretor da importadora Porto a Porto, representando a Associação Brasileira de Exportadoras e Importadoras de Alimentos e Bebidas (ABBA); João Gusi, advogado da Abrasel-PR; e Mauro Ferreira dal Bianco, Assessor do Gabinete da Coordenação da Receita do Estado (CRE).

Na sessão de mais de três horas, os componentes da mesa enfatizaram a necessidade de a mudança acontecer o mais breve possível, visto que a tributação sobre a comercialização de vinhos no Paraná aumentou ainda mais em 1 de janeiro de 2016, inviabilizando as atividades do setor. Lojistas, comerciantes e empresários compareceram segurando cartazes e usaram uma faixa preta no braço, como símbolo de luto pela falência do setor.

Entre os discursos, destaque para o do vice-presidente da Associação Comercial do Paraná, entidade independente que esteve presente para manifestar seu apoio aos empresários locais, Ayrton Rack: “Sabemos que a solução dessa crise não é técnica, é só política”, afirmou. Marcelo Woellner Pereira, da Abrasel, lembrou que de 2015 para 2016 Curitiba teve mais de 40 restaurantes fechados, o que significa aproximadamente 250 trabalhadores desempregados. Cesar Heiden Junior, da loja Queijos e Vinhos, enfatizou que atualmente os pequenos empresários não tem mais vantagem alguma em relação aos gigantes do varejo e que as sobrecargas de impostos estão acabando com as lojas especializadas. Em um discurso extremamente didático, Luiz Groff apresentou novamente os números relacionados ao aumento dos impostos no Paraná e contestou (com apresentação de documentos) os dados mencionados publicamente pela Secretaria da Fazenda em recente reportagem veiculada na imprensa.

Empresários do segmento de gastronomia marcaram presença

Empresários do segmento de gastronomia marcaram presença

Entenda: #foraST

No começo de 2016 as empresas paranaenses do setor de bebidas quentes inscritas no Simples Nacional, Distribuidores e Varejistas sofreram, simultaneamente, vários aumentos de tributos. Foi revogado o artigo 113-B do anexo X do RICMS que previa desconto na MVA para as empresas do Simples Nacional, ou seja, o benefício que as empresas inscritas no Simples Nacional tinham de 70% de redução no MVA (de 67,82% para 20,35%) foi suspenso. Além disso, não foi renovada a base de cálculo prevista no item 3-A do anexo II do RICMS para todas as empresas.

Também houve o impacto do aumento da alíquota para cálculo do ICMS ST de 25% para 29% no Paraná. Some-se a isso o fato de a ST ter passado a incidir sobre uma base 10% maior, no caso dos vinhos, já que o IPI Federal deixou de ser fixo e passou a ser percentual, integrando a base de cálculo da ST. Todas essas mudanças que eclodiram a partir de 1 de janeiro de 2016 geraram um grande aumento de carga tributária que, somadas a desvalorização do Real, ao aprofundamento da recessão no país e a fragilidade fronteiriça do Paraná fez com que o comércio de bebidas estagnasse, gerando fechamento de empresas familiares, como lojas, delicatessen e restaurantes.

Para que o consumidor entenda a gravidade da variação do preço do produto, fizemos a simulação abaixo.

– Venda de importador para um cliente do varejo:

  • ·         Até novembro de 2015: se o produto custava R$100,00, ele saia da importadora para o varejo a R$129,96 (considerando-se ICMS na origem e ICMS ST);
  • ·         Desde 1 de janeiro de 2016: se o produto custa R$100,00, sai da importadora para o varejo a R$154,55 (IPI + ICMS origem + ICM ST). 

Além disso, não há mais diferença para o comerciante de varejo e as pequenas empresas enquadradas no Simples Nacional, pois a carga da ST é a mesma para ambos os negócios.

– Venda do importador para um cliente do Simples Nacional:

  • ·         Até novembro de 2015, um produto que custava R$100,00 no importador, custava R$118,08 ao cliente inscrito no Simples Nacional;
  • ·         Desde 1 de janeiro de 2016: se o produto custa R$100,00, sai da importadora para o Simples Nacional a R$154,55 (IPI + ICMS origem + ICM ST). 

Em março, empresários do setor, representantes de importadoras e da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes seção Paraná (Abrasel-PR) apresentaram ao governo um documento que comprova porque todos esses aumentos paralisaram o setor. Porém, o governo do Paraná, através da Secretaria da Fazenda do Estado, negou o pedido de redução de tributação sobre a comercialização de vinhos no estado do Paraná.