No dia 4 de julho, eu publiquei o texto “Tire seu filho da caixa”. E, ao fim dele lancei o seguinte desafio:

 “(…) E pra mostrar que é possível fazer isso lanço aqui o desafio. Durante 30 dias eu e meu pequeno vamos mostrar que dá sim pra aumentar o contato com a natureza de forma lúdica e feliz! Quem quiser pode acompanhar pelo insta: @rafafamendes e participar da brincadeira com a hastag #contatoverde.  Valendo! (Quando acabar volto aqui pra contar o que aconteceu!!! )”.

Pois bem – passaram-se exatos 55 dias desde então – como prometido eu vim aqui pra contar o resultado:

Dia 1 – plantamos feijão, linhaça e alpiste em copinhos. (Noah, que nunca tinha feito isso, achou interessante e duvidou que as sementes fossem mesmo crescer só com água) 

Dia 2 – Colhemos diferentes folhas e expliquei para que elas serviam, se eram comestíveis, etc. (Ele aprendeu a falar trapoeiraba, uma panc abundante no nosso quintal)

Dia 3 – Dia de observar as plantas dos copinhos (pra nossa surpresa as sementes de linhaça brotaram por primeiro! ) e também foi dia de desenhar plantinhas, e as eleitas foram o trio de suculentas que enfeitam a soleira da janela!

Dia 4 – Juntamos pedrinhas e ficamos conversando sobre de onde vem as pedras, o que dá pra fazer com pedras e pensem em alguém entretido por um bom tempo até conseguir fazer uma torre com elas. 🙂

Dia 5 – Participamos de uma Roda de Conversa sobre Permacultura e Veganismo. Não, não sou vegana mas, sou permacultora – não sabe o que significa isso? Exercite a curiosidade!Dê um “google” e descubra o que é =) 

Dia 6 – foi de curtir no parque. E a história das pedrinhas rendeu tanto que temos um novo colecionador!

Dia 7 – foi dia de observar nossos bebês no copinho! Feijão tá devagar, o alpiste começou a brotar e a linhaça, minha gente, tá linda! <3 Essa interação estava linda, e eu achava que tudo ia bem e que 30 dias seria moleza. =) Porém, esse foi o último dia em que consegui fazer o que havia me proposto. E me assustei, entristeci e refleti porque NÃO CONSEGUI CHEGAR NEM NA METADE DELE. (Confesso, nunca um fracasso me fez pensar tanto quanto esse). Isso me acendeu uma imensa luz vermelha, e vou explicar por quê. Eu cresci indo todo fim de semana pro sítio, depois fui morar nele. Fiz parte do movimento escoteiro por 6 anos e fui ensinada a respeitar, amar e cuidar da natureza e com a Permacultura aprendi que também faço parte dela. Hoje eu moro em casa, tenho um lindo – e produtivo – quintal, entre as tantas coisas que faço está um Programa de Educação Ambiental que visa ampliar o contato com a natureza no ambiente escolar por meio da Permacultura, minha família e eu temos muito mais contato com verde que a maioria das pessoas. E eu não consegui desenvolver, por 30 dias, atividades que fizessem meus meninos aumentarem seu contato com a natureza. (Me senti péssima, de verdade!) Aí, eu penso que: Se eu, que tenho a vida como descrevi acima, não consegui cumprir o desafio, como fazem as famílias que moram em apartamento? E as que trabalham 40 horas semanais (ou mais)? E as que não tem quintal? E as que não tem acesso por conta de qualquer outra coisa? E todas essas perguntas me deram um medo, imenso, daqueles de dar frio na espinha, sabem?

Porque a gente só aprende a amar e proteger aquilo que conhece, e se nossas crianças de hoje não tem contato com a natureza não vão aprender a amá-la, muito menos a protegê-la.  E isso compromete em muito, diga-se de passagem, todo o futuro das próximas gerações, entendem?

Precisamos fazer algo para que isso se transforme. E precisamos fazer já!

Não podemos não mudar o mundo!

Até mais.